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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Dificuldade em certificar amêndoa como biológica está a prejudicar produtores portugueses

 A amêndoa biológica parece ser o futuro da produção deste fruto seco, mas em Portugal é muito difícil conseguir a certificação.


A culpa é do rigor no que toca às substâncias encontradas na composição do fruto, o que está a pôr o país numa concorrência desleal para com outros da Europa. Quem o diz é Albino Bento, Presidente do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos:

“O problema é que quando os agricultores vão para certificar, e por questões aparentemente naturais e não por culpa dos produtores, aparece uma substância que se chama ácido fosfónico, que tem levado a que a certificação dessas amêndoas, onde a substância aparece, seja em níveis baixos ou um pouco mais altos, não seja possível em Portugal, mas em Espanha, Itália e outros países, com esses valores, já certificam.

Mercados com o francês e o alemão aceitam com ácido fosfónico 10 vezes superior àquilo que aqui é rejeitado.

Temos os nossos produtores em concorrência desleal com os dos outros países, a fazer a mesma coisa e eles a terem a amêndoa certificada e nós não.”

O presidente do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos já reuniu com o Secretário de Estado da Agricultura na tentativa de alterar esta exigência, que considera estar a penalizar os agricultores portugueses e a pôr em risco este tipo de produção:

“Vamos ver se efetivamente alteram um pouco, ou se a própria Comunidade Europeia retira essa substância da lista das que têm que estar a zero, até porque essa exigência só começou em 2019 e não me parece que faça sentido, porque não é um produto químico ou um adubo que seja aplicado. Ou eventualmente que as autoridades portuguesas tenham um procedimento semelhante ao que é tido em outros países. 

Algo tem de ser feito, caso contrário, os nossos agricultores têm concorrência desleal e são penalizados.

É uma situação que é urgente alterar, até porque entendo que com níveis produtivos tão baixos como temos nos nossos amendoais, ou o preço é superior ou então é quase impossível a sobrevivência deste tipo de amendoal.”

A amêndoa biológica é paga pelo dobro do preço da amêndoa produzida de forma convencional e apresenta-se como uma alternativa interessante para os produtores transmontanos:

“No caso do biológico e de todo o sequeiro transmontano, temos níveis de produtividade muito baixos e não há muita forma de o aumentar porque a água é um recurso fundamental.

Com esses níveis produtivos e ao preço a que está no mercado, efetivamente para quem está em sequeiro, o biológico é uma via interessante, enquanto se mantiver esse diferencial de preços.”

A amêndoa, que a par de outras culturas agrícolas, sofreu este ano uma quebra acentuada, neste caso na ordem dos 50%, devido à falta de chuva e às geadas durante a época de floração.

Escrito por ONDA LIVRE

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