Quem o diz é Bruno Ricardo, que dá apoio nesta área à Associação de Apicultores do Nordeste e Cooperativa de Produtores de Mel da Terra Quente:
“Estamos relativamente bem, comparando com outras zonas do país.
No litoral existe um impacto muito forte em termos de velutina, mas na nossa região, dado o forte frio de inverno e o extremo calor de verão, ela teve alguma dificuldade em se instalar, o que para nós é extremamente positivo.
No entanto, não deixa de ser importante estarmos atentos porque a qualquer momento isto pode mudar e estarmos preparados para o impacto que ela causa no setor apícola, agrícola e na sociedade civil.”
Ainda assim, a elevada capacidade de se adaptar preocupa o setor:
“Também nos apercebemos que ela tem uma elevada capacidade de adaptação, de forma que isso se pode reverter e, a qualquer momento, a situação disparar como aconteceu na zona do Minho e como tem disparado um pouco por todo o litoral.”
Apesar de as condições não serem, até agora, as ideias à sua instalação em massa, a vespa velutina está presente no Nordeste Transmontano e o técnico lembra que é perigosa, principalmente para os apiários, onde tem feito estragos:
“Há estragos, a presença dela perto dos apiários causa quebras no efetivo apícola. Uma vez que elas são carnívoras, o principal alimento são as abelhas, havendo, por isso, quebras em termos de quantidade de abelhas nas colmeias, principalmente as mais fracas.
Outro aspeto extremamente importante que é a presença delas próximo das colmeias que impede que as abelhas saiam para fazer a recolha de néctar, que vai dar origem ao mel, e também a recolha de pólen, que é um dos produtos que os apicultores da região estão a aproveitar.
Podem dizimar por completo uma colmeia, uma vez que as necessidades em termos de quantidade de abelhas que um ninho bem instalado necessita, pode ser na ordem do meio quilo de abelhas por dia.”
Bruno Ricardo recorda os procedimentos que devem ser adotados pela população sempre que avistar um ninho de vespa asiática:
“Quando virem um ninho é extremamente importante que alertem as autoridades, nomeadamente a Proteção Civil local, para serem tomadas medidas no sentido de erradicar o ninho o mais depressa possível e dessa forma evitar danos imediatos ao nível da população e, sobretudo, porque cada ninho que se extermine num ano, evita que no seguinte se dê origem a novos.”
Declarações à margem da Ação de Sensibilização “Um Olhar Sobre a Vespa Velutina” que tem percorrido os concelhos da CIM Terras de Trás-os-Montes.
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