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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 28 de janeiro de 2024

DESVIO OU LADRÃO?

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Anda o País (que digo eu?) o mundo, preocupado com a corrupção, e é mal difícil de estripar.
Já o nosso Sá de Miranda, em carta a El-Rei, lamentava: " Onde há homens há cobiça."
E Diógenes percorria atarefado as artérias de Atenas, em busca de Homens, e ao que se saiba, faleceu sem os ter encontrado.
Já que estou em época de citações, trago aqui, novamente, o Sá de Miranda ao referir-se ao filósofo que ia de aldeia a aldeia: " Vou-me por aqui buscando/Entre tantos homens um. / Neste vão trabalho ando; / Inda não achei nenhum." - " Poesias".
Nem eu acharia por mais voltas que desse à cidade, se por tontaria me dedicasse à tarefa e, muito menos, se andasse por gabinetes atapetados e climatizados, porque o dinheiro corrompe o mais honesto.
Mas sabem-me dizer o que é um ladrão?
Responde D Francisco Manuel de Melo, no: " Escritório Avarento Apólogos Dialogais", pela voz de corsário:
Sendo levado à presença do Grande Alexandre, modesto pirata, que infestava as costas macedónicas, saqueando e pilhando, foi severamente advertido pelo Imperador.
Este repostou: " Não me maltrate, que tu e eu ambos temos um próprio ofício, mas com tal diferença: que a ti, porque roubas o mundo cercado de exércitos, te saúdam as gentes por monarca, e a mim, que com poucos companheiros faço pequenos danos me infamam de corsário!"
Na verdade, quando o pobre, o insignificante, rouba, a sociedade, a mass-media, apelida-o de gatuno ou larapio; mas quando o rico, o importante, rouba, é deslize e desvio ou ainda, engano.
É a justiça do mundo! A bitola como somos avaliados e julgados.

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG” e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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