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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

O RELOGIO DE PAREDE DA MINHA MÃE

Por: Maria da Conceição Marques
(colaboradora do "Memórias...e outras coisas...")

Às vezes, sinto a tensão aumentar, como se o universo me segurasse e prendesse a respiração. 
O medo do escuro é a ansiedade que se esconde nas entrelinhas do passado e me transporta á casa da minha mãe.
O silêncio do tempo grita, ecoando no vazio da alma, há um vácuo que me sussurra segredos, e a ausência de som é um grito ensurdecedor!
Oiço o tic tac do relógio de parede da minha mãe, os ponteiros dançam ao ritmo cadenciado da saudade
É um tic-tac incessante que me inunda os ouvidos, e me enche de lembranças que se desenrolam como fios invisíveis, entrelaçando-se nas engrenagens do coração.
Cada segundo, ressoa como uma melodia nostálgica, um eco suave do passado que se desvanece na vastidão do presente. O tiquetaquear do relógio, é um sussurro melancólico, uma sinfonia silenciosa que ecoa na saudade.
Quando as mãos do relógio se encontram, num abraço efémero, é como se a minha mãe estivesse ali, presente no pulsar do tempo. 
A saudade, torna-se uma sombra suave que paira no ar, lembrando-me da fragilidade da existência e da beleza efémera que me transporta à infância.

Maria da Conceição Marques
, natural e residente em Bragança.
Desde cedo comecei a escrever, mas o lugar de esposa e mãe ocupou a minha vida.
Os meus manuscritos ao longo de muitos anos, foram-se perdendo no tempo, entre várias circunstâncias da vida e algumas mudanças de habitação.
Participou nas coletâneas: Poema-me; Poetas de Hoje; Sons de Poetas; A Lagoa e a Poesia; A Lagoa o Mar e Eu; Palavras de Veludo; Apenas Saudade; Um Grito à Pobreza; Contas-me uma História; Retrato de Mim; Eclética I; Eclética II e 5 Sentidos.
Reunir Escritas é Possível: Projeto da Academia de Letras- Infanto-Juvenil de São Bento do Sul, Estado de Santa Catarina.
Livros Editados: O Roseiral dos Sentidos – Suspiros Lunares – Delírios de uma Paixão – Entre Céu e o Mar – Uma Eterna Margarida - Contornos Poéticos - Palavras Cruzadas.

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