Os agricultores já começam a fazer contas aos prejuízos. A partir de meados de Maio começa a apanha das variedades mais precoces, mas não dará grande trabalho. Ricardo Fonseca, da Vivalley Fruit, com pomares em Alfândega da Fé e no Vale da Vilariça, estima quebras significativas. “As variedades temporãs não estão muito famosas. Mesmo em tudo isto que vingou, que agora cresceu bem, há quebras significativas. Estamos a falar de 50% ou mais. Houve pouco frio, principalmente em Janeiro, que costuma ser o mês em que mais frio acumulam, para passaram à fase reprodutiva, digamos”.
A Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé também não idealiza um cenário feliz. Segundo o presidente, Luís Jerónimo, as quebras podem ir dos “20 aos 40%”, nas cerejas temporãs. A chuva em Março foi a causadora. “Na altura da floração tivemos chuvas e a flor não foi polinizada e além disso na altura do vingamento o fruto não conseguiu vingar”.
Também a localidade de Lamas, em Macedo de Cavaleiros, é conhecida pela sua produção de cereja. Este ano, as primeiras ainda não serão em grandes quantidades. A esperança é que a grande produção seja nas variedades mais tardias, adiantou o representante da Associação de Produtores de Cereja de Lamas, Paulo Pires. “As variedades mais temporãs não vão apresentar grandes quantidades, portanto, numa fase inicial o mercado não terá grandes quantidades de cereja disponíveis”.
António Vila Franca é um dos produtores de Lamas que se queixa de grandes quebras. Prevê mesmo que mais de metade da cereja não seja colhida. A juntar a isso, o baixo preço pago pelo fruto é outro dos problemas. “Pagam-na a 1,5 euros ou a 1,7 euros e depois é vendida a 4 ou 5 euros. Isto é o comido pelo servido”. O produtor considera que o preço justo seria entre os “2 euros e os 2,3 euros”.
A primeira apanha está prevista para dentro de poucos dias.
Os agricultores dizem que “muita chuva” e “pouco frio” não ajudaram no vingamento das primeiras variedades e por isso há pouca cereja para Maio.
Sem comentários:
Enviar um comentário