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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Caligrafia bonita levou transmontano António Cordeiro ao caminho de docente em Timor Leste

 António Cordeiro esteve em Timor Leste de 1966 a 1968, onde foi professor, tendo apenas a quarta classe.

Hoje em dia, para se ser professor é preciso estudar bastante. Noutros tempos, há 60 anos, António Cordeiro, natural de Santulhão, no concelho de Vimioso, não precisou mais que a quarta classe para abraçar esta profissão. Bastou-lhe ter uma letra bonita.

António Cordeiro rumou a Timor Leste na década de 60 para a Guerra Colonial. Com a falta de professores foi feito docente porque tinha uma caligrafia fora do comum. O transmontano deixou o conflito pela arte de ensinar e admite que, tendo apenas a quarta classe, nunca esperou dar aulas. “Uns professores tinham de ser rendidos porque tinham de ir embora e tinham lá uns 60 alunos e disseram-me que tinha de ser eu, porque tinha uma boa caligrafia e tinha jeito. No primeiro ano foi na companhia, no segundo ano fui para as escolas. Tinha de ensinar o abecedário e muito até já me imitavam a escrever”, lembra.

Natural de Santulhão, no concelho de Vimioso, António Cordeiro, que esta semana completou 80 anos, diz que foi aperfeiçoando a caligrafia ao longo do tempo e que há muita gente que não acredita que seja real.

António Cordeiro foi para o serviço militar aos 21 anos. Esteve em Timor de 1966 a 1968. Quando voltou emigrou. Esteve em França e, depois, no Brasil. Regressou a Portugal há 10 anos, com a mulher, que morreu, logo após a chegada. Diz que tem agora tem mais tempo para se dedicar ao aperfeiçoamento da caligrafia e também começou a escrever versos de forma mais regular. São formas de passar os dias, que acabam por ser, muitas vezes longos. “Escrevo versos, escrevo o que me vem à cabeça, agora que me dediquei à escrita, porque antes não tinha tempo. É um entretenimento e quando vou a ver o tempo já passou”, contou.

Por Santulhão, onde reside, tal como quando era novo, António Cordeiro ocupa o tempo a escrever e a tratar da horta.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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