Apesar de uma ligeira melhoria em relação ao ano anterior, a região Norte mantém-se como uma das zonas com maior risco de pobreza e exclusão social em Portugal, com uma taxa de 21%. No entanto, esta média regional oculta desigualdades profundas entre sub-regiões. Territórios como Trás-os-Montes e Alto Douro e Alto Tâmega e Barroso enfrentam níveis de vulnerabilidade à pobreza bastante superiores, aproximando-se ou mesmo ultrapassando os valores mais elevados registados no país, como os dos Açores, Madeira ou Península de Setúbal.
Durante o I Fórum Social do Minho, realizado em Viana do Castelo, foi destacada a importância de melhorar a qualidade dos indicadores estatísticos, uma vez que a atual forma de agregação dos dados tende a ocultar realidades mais críticas dentro das regiões. Apesar de zonas como a Área Metropolitana do Porto apresentarem indicadores semelhantes aos de Lisboa, outras áreas do Norte, nomeadamente Trás-os-Montes e Alto Douro e Alto Tâmega e Barroso, mostram-se altamente vulneráveis.
Um dos fatores que agrava a situação no Norte é a elevada taxa de pobreza entre trabalhadores, resultado de salários baixos e elevada precariedade laboral. Para além disso, o peso crescente dos custos com a habitação, particularmente sentido em regiões como o Cávado, está a tornar-se um fator determinante no aumento da pobreza.
Este retrato evidencia a necessidade de políticas públicas mais ajustadas às especificidades territoriais, com um olhar mais atento para regiões esquecidas pelas médias estatísticas, como Trás-os-Montes e Alto Douro e Alto Tâmega e Barroso.

Sem comentários:
Enviar um comentário