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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 9 de setembro de 2025

ESCAVAÇÕES RECENTES CONFIRMAM PRESENÇA HUMANA NO VALE DO CÔA HÁ MAIS DE 26 MIL ANOS

 Escavações arqueológicas recentes no sítio da Penascosa, no Vale do Côa, revelaram vestígios que comprovam a ocupação humana na região há mais de 26 mil anos. A descoberta inclui utensílios de pedra lascada, usados em atividades quotidianas e associados a fogueiras, reforçando a importância histórica e cultural deste local emblemático do Paleolítico Superior.


Este achado vem colmatar três décadas de investigação na tentativa de identificar acampamentos dos autores da arte rupestre que caracteriza o Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC). As características técnicas dos artefactos encontrados, como lamelas de sílex e outras rochas locais, indicam múltiplas estadias humanas ao longo do tempo.

O projeto de investigação que está na origem destas escavações, “Côa 3P: Paleogeografia, Paleoecologia e Paleontologia”, envolve equipas multidisciplinares de arqueologia e geociências, com a participação de investigadores e estudantes de várias instituições académicas. O trabalho no terreno, ainda em curso, inclui escavações, análise de solos e utilização de novas tecnologias para aprofundar o conhecimento sobre a ocupação humana na zona.

A Penascosa passa agora a ser, a par do sítio do Fariseu, um dos locais onde se confirma a coincidência entre vestígios de habitat e arte rupestre ao ar livre, um dado crucial para a compreensão dos comportamentos dos grupos humanos que habitaram a região. Além disso, as novas descobertas vão contribuir para datar com maior precisão a cronologia destas ocupações.

A relevância arqueológica do Vale do Côa é amplamente reconhecida. Desde a sua criação, em 1996, o PAVC passou de 190 para mais de 1.500 rochas com manifestações de arte rupestre identificadas, num ciclo artístico que se prolonga há cerca de 30 mil anos, sem interrupção. O local, classificado como Património Mundial pela UNESCO em 1998, recebe anualmente milhares de visitantes, estando sujeito a um limite de 15 mil entradas por ano para garantir a sua preservação.

O Parque ocupa uma área de 20 mil hectares e abrange os concelhos de Vila Nova de Foz Côa, Mêda, Pinhel e Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, e Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança, tornando-se uma das maiores galerias de arte rupestre ao ar livre do mundo. As novas evidências arqueológicas reforçam a importância deste património para a história da presença humana na Península Ibérica e para a memória futura das primeiras expressões artísticas da humanidade.

Jornalista: Vitória Botelho
Foto: Vale do Côa

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