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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Potencial do trigo barbela em destaque na Jornada em Varge

 A aldeia de Varge, no concelho de Bragança, acolheu no sábado uma Jornada de Partilha e Debate sobre os Cereais Tradicionais, reunindo investigadores, associações, autarcas e comunidade local para refletir sobre o papel dos cereais autóctones no desenvolvimento agrícola, económico e ambiental da região.


O encontro ficou marcado pela apresentação de dois projetos complementares, o CERTRA – Desenvolvimento de Cadeias de Valor de Cereais Tradicionais, coordenado pelo Instituto Politécnico de Bragança (IPB), e o Life SOS Pygargus, dinamizado pela Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural. Ambos convergem num objetivo comum, valorizar os cereais tradicionais, como o trigo barbela e o centeio, criando novas oportunidades para os agricultores e reforçando a sustentabilidade do território.

Segundo Luís Dias, professor e investigador do IPB e coordenador do projeto CERTRA, o projeto pretende “dinamizar a produção de cereais tradicionais e criar uma verdadeira cadeia de valor, colocando produtores, moleiros, transformadores e consumidores a falar uns com os outros”.

Financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência, o CERTRA começou por identificar e caracterizar cereais tradicionais existentes em Portugal, selecionando, entre outros, o trigo barbela, o centeio ibérico e os milhos verdeal e pigarro.

Segundo o investigador, os resultados demonstram que estes cereais “têm melhor qualidade organolética e vantagens para a saúde, sobretudo quando usados em farinhas integrais”. Destacou ainda que o trigo barbela, por ter menos proteína e glúten, “pode ser melhor tolerado por algumas pessoas”, embora produza menos que os trigos modernos, o que exige um “preço mais elevado” e um “claro reconhecimento no mercado”.

Já Miguel Novoa, da Palombar, sublinhou a ligação entre agricultura e conservação da natureza. O projeto Life SOS Pygargus visa a proteção do tartaranhão-caçador, uma ave que nidifica tradicionalmente em campos de cereal. “Ao aumentar a área semeada com cereais como o trigo barbela ou o centeio, estamos simultaneamente a proteger uma espécie ameaçada e a criar um nicho de mercado com grande potencial gastronómico”, esclareceu, destacando que a recente Estratégia Nacional dos Cereais pode “abrir caminho a uma maior autossuficiência” e a um futuro “mais rentável” para os cereais tradicionais.

Já o presidente da União das Freguesias de Aveleda e Rio de Onor, Mário Gomes, destacou que a iniciativa é fulcral para a recuperação do património agrícola e cultural, sendo que a junta se associou ao projeto por acreditar na “importância de recuperar os cereais antigos e integrá-los na Grande Rota dos Moinhos e dos Lameiros”, inaugurada há três anos e tendo como temática os lameiros de montanha e antigos moinhos ao longo das margens da Ribeira de Baçal e do Rio Onor, elementos identitários da paisagem e das práticas produtivas destas localidades.

A freguesia conta com nove moinhos, todos eles recuperados, mas apenas em dois deles há pessoas a moer cereal para os animais.

A jornada terminou com uma prova de pão de trigo barbela, para aos participantes experimentarem o que esteve em debate.

Escrito por rádio Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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