A quarta edição do Prémio Literário da Lusofonia Professor Adriano Moreira distinguiu Zeferino Ribeiro, natural de Viana do Castelo.
Para o autor, é um orgulho receber este galardão, instituído pelo Conselho de Curadores da Biblioteca Adriano Moreira e dinamizado pela Academia de Letras de Trás-os-Montes, com a colaboração do município de Bragança, da Diocese de Bragança-Miranda e do Instituto Politécnico de Bragança. “Tenho de ser honesto e dizer que tinha uma secreta esperança de que pudesse ser contemplado. No entanto, sei que há muitas pessoas que concorrem e havia, certamente, muitos trabalhos de grande qualidade. O júri poderia ter feito outra opção. Para mim é uma enorme honra ser escolhido por este elenco, instituído pelo Conselho de Curadores da Biblioteca Adriano Moreira e dinamizado pela Academia de Letras de Trás-os-Montes, com a colaboração do município de Bragança, da Diocese de Bragança-Miranda e do Instituto Politécnico de Bragança. É, sobretudo, um incentivo para continuar a escrever. É uma coisa que sempre gostei de fazer. Vai ajudar-me a tirar textos da gaveta”.
A obra do médico psiquiatra, Milagres da Preta, resulta de um longo processo de investigação, iniciado em 2018, após uma visita à Casa do Menino Deus, em Barcelos, local onde descobriu a história real que serve de ponto de partida para o romance. A obra combina elementos históricos e ficcionais, narrando a vida de uma escrava negra que, no primeiro quartel do século XVIII, servia em Barcelos. “Era uma mulher com fé e pediu ao seu amo que lhe facultasse a compra de uma estatueta do Menino Jesus de Braga, ao que este acedeu. Rapidamente ele percebeu que esta tinha grande desembaraço e colocou-a a gerir a sua mercearia. Ela colocou o Menino na mercearia e começaram as pessoas a acorrer. Faço uma piscadela de olho à psiquiatria. Ou seja, ela era uma espécie de psicoterapeuta. Começaram a surgir milagres e, a partir daí, ela começou a ter a ambição de construir uma capela para o Menino, que depois desembocou numa obra maior”.
Este ano, o concurso, dedicado ao romance em prosa, recebeu 26 obras. A presidente da câmara de Bragança, Isabel Ferreira, realçou a importância crescente do prémio para a região e para a projeção da lusofonia. “Queria, primeiro, realçar, a importância destas diferentes edições de um prémio que já está consolidado e que muito nos orgulha e, neste caso, esta distinção, unânime por parte do júri, premeia uma temática essencial, a lusofonia. É um prémio consolidado, de um nome e promovido por um nome que muito diz a Bragança e ao país, Adriano Moreira. Por isso, é para continuar”.
O prémio foi entregue na sexta-feira, na sala de atos do Teatro Municipal de Bragança.

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