Sita junto à orla fronteiriça e oriental deste concelho brigantino, a freguesia em apreço ocupa uma razoável área, distando uma dezena e meia de quilómetros da cidade de Bragança, tomando a direcção a Nascente. Cumprindo o papel de principal ligação viária a capital concelhia, estão as E.N. 218 (até Gimonde) e 308.
O território de S. Julião de Palácios, de orografia planáltica e não muito acidentado na respectiva topografia, elevar-se-á a uma altitude média rondando os seiscentos metros (e atingindo de cota máxima, na metade leste, os 821 metros). O Rio Maçãs traça-lhe os limites orientais, fronteiriços com a vizinha Espanha, enquanto um seu pequeno afluente da margem direita aqui encontra suas origens, entre as povoações de Palácios de S. Julião. O topónimo principal desta freguesia junta assim dois diferentes lugares, um conhecido pelo hagiotopónimo comprovativo de remoto culto possivelmente pré-nacional – S. Julião, e outro de plausivel interesse arqueológico – Palácios, na medida em que derivará etimológicamente da latim “palatium”, significado “residência senhorial” (e podendo reportar-se, neste caso particular, a qualquer estrutura habitacional notabiliza tardoromana ou alti-medieval).
Mais remotos ainda serão os vestígios arqueológicos de ocupação proto-histórica, nos dois assentamentos castrejos aqui arregimentados, em primeira mão, pelo incontornável Abade de Baçal – os Castros de S. Julião e de Caravela. Estes dois lugares, mais o de Palácios, constituem os principais agregados populacionais da freguesia, contando presentemente umas 350 almas. É curioso constatar que a actual instituição paroquial, com o seu orago S. Bartolomeu, já se documenta pelo menos a partir de 1291, nas “Inquirições” de D. Dinis. Por esta altura era designada “Sam Bartolomeu de Sam Joyam”, sendo aquele último hagiotopónimo (também expresso popularmente por “ S. Gião” e, já por influência erudita, “S. Julião”) de grande ancianidade, como frisamos já.
Implantada em posição baixa, numa prega do terreno, a aldeia de S. Julião de Palácios surge rodeada de viçosos campos agrícolas, pontuados aqui e ali de alguns vinhedos. Rodeando o casario e ligeiramente afastados deste, surgem uns três ou quatro exemplares dos característicos pombais da região, quais pacíficas sentinelas de pedra e argamassa.
Ao centro, destacando-se em altura mercê do típico campanário de agudo remate, levanta se a Igreja Matriz, espaçoso templo de alargada frontaria, a deixar adivinhar o interior dividido em três naves por duas filas de colunas. Esta Igreja Matriz coexiste, no mesmo lugar principal, com dois pequenos templetes, dedicados a S. Sebastião (de elegante traça talvez já oitocentista) e Santa Cruz. Esta última estrutura, de aspecto vulgar e traindo um recente restauro (a nível de cobertura, sineira e reboco) mostra a data de 1850 gravada na frontaria. Porém, lateralmente, surge uma outra inscrição, que nos pareceu respeitante ao ano de 1579. Outras duas capelas, de modestas dimensões e traça, subsistem ainda nos lugares de Caravela e Palácios, respectivamente.
Tradições
Nesta freguesia existem várias festas e romarias que alegram as gentes da terra.
No dia 26 de Dezembro, celebra-se a festa dos Rapazes. Conforme a tradição, os rapazes percorrem a povoação mascarados, vestidos de fatos felpudos de variadas cores, soltando gritos ao som da gaita de foles.
in:cm-braganca.pt
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