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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 7 de junho de 2014

Associação de Miranda do Douro revitaliza produção de lã de ovelha churra

A associação ALDEIA está apostada em revitalizar a produção de lã proveniente de ovinos de raça churra mirandesa por acreditar que este produto considerado "menos nobre" tem potencial económico e está a ser pouco aproveitado.
Esta atividade rural em vias de extinção pretende ganhar um novo fôlego devido às qualidades da lã para a confeção de peça de vestuários, mantas ou outros agasalhos, uma situação que está a ser promovida num campo experimental em Duas Igrejas, concelho de Miranda do Douro.
"Com estas iniciativas pretendemos dar a conhecer ao público as técnicas associadas a esta atividade rural em vias de extinção, já que as pessoas detentoras deste conhecimento estão todas elas com idade avançada e as gerações mais novas não pegam nestas práticas", disse à Lusa Isabel Sá, da associação ALDEIA.
No entanto, a técnica disse que as iniciativas promovidas em torno da lã acontecem porque se verifica que este produto não tem o devido aproveitamento e poderá tornar-se num complemento económico as explorações deste tipo de rebanhos.
"Após algum convívio com os pastores, foi verificado que a lã era quase um empecilho para os produtores, já que o preço a que o produto é vendido não chega para pagar o custo da tosquia e por isso muitas das vezes é queimada ou enterrada", frisou.
Longe vão os tempos em que a lã de ovelha churra governava uma família e em cada casa havia praticamente um tear, devido à introdução das fibras sintéticas.
Miguel Moreno, um dos poucos tosquiadores do planalto mirandês, sempre vai dizendo que a tosquia tem diversos fatores associados como raça a estado de com o produto está.
"Os animais de raça churra até são fáceis de tosquiar, um molho de lã tirado da uma ovelha dá para fazer uma camisola", acrescentou.
Já as mulheres sempre tiveram nesta atividade um papel de relevos pois são elas que limpam a lã, a cardam e a fiam, entre outras tarefas até que a lã fique pronta para ser tricotada.
Emília Lopes explica que é preciso abrir a lã para que as impurezas sejam retiradas para seguir para o manelo ou copo, um instrumento artesanal onde é colocado o molho de lã, para depois seguir para a roca onde é fiada e cada fio é trabalhado a dimensão da sua utilização.
Já Pamela Raposo secretária técnica da Associação de Criadores de Ovinos de raça Churra Mirandesa refere que desde a instrução dos fios sintéticos, a lã de ovelha passou de complemento económica a fardo para os agricultores já que a produção de lanifícios perdeu quota de mercado.
"Vale a pena apostar na produção de lã de ovelha churra mas terá de ser de uma forma bem estudada e tem de ser valorizada de uma forma diferenciada no mercado já este produto tem características diferentes da das outras raças porque cada uma tem a sua consistência e textura", acrescentou a técnica.
A lã de ovelha churra marca a diferença já que apresenta fibras longas e pontiagudas sendo muito resistente e não pode ser valorizada pela via tradicional, mas sim pela produção de equipamento de produção ou isolamento como é caso a título de exemplo de fato de proteção para bombeiros.
Na opinião dos promotores do ciclo da lã, será preciso procurar outros mercados e outras utilizações de forma a devolver a dignidade a produtos provenientes da pastorícia quem e outros tempos " ajudou a matar a fome a muitas famílias da região do Nordeste Transmontano".

Lusa

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