Aires Ferreira e a ex-mulher não tinham qualquer doença terminal. As autópsias realizadas, ontem, desmentem essa tese que tinha sido avançada por alguma imprensa.
Um quadro depressivo grave, aliada a dificuldades financeiras, terão sido os motivos que levaram ao pacto de suicídio do ex-autarca de Moncorvo e da companheira.
Os cadáveres foram autopsiados, quarta-feira, no Hospital de Mirandela e Aires e Alice não sofriam de doença terminal.
Ela morreu com um tiro na nuca e ele também com um tiro na cabeça.
Nas cartas de despedida, deixaram claro que não haverá cerimónias fúnebres, os corpos serão cremados e as cinzas atiradas ao rio Sabor.
Amigos falam em quadro depressivo grave aliado como razão para o pacto de suicídio de Aires Ferreira e Alice Brito. As autópsias deitaram por terra a tese de que ambos sofriam de doença terminal.
Segundo apuramos, as autópsias revelam claramente que nem Aires Ferreira, nem Alice Brito sofriam de qualquer doença terminal. Ambos morreram com um disparo de pistola na cabeça.
No dia seguinte, o impacto da tragédia ainda era visível na vila moncorvense com todos os comentários a incidirem nas eventuais causas que levaram à morte de Fernando Aires Ferreira, 59 anos, e da ex-mulher, Alice Brito, de 55, que foram encontrados sem vida na casa de Alice.
Tudo aponta que se trate de um suicídio, uma vez que os dois deixaram cartas de despedida. A maioria fala num quadro depressivo deitando por terra a possibilidade de qualquer doença em fase terminal como chegou a ser avançado, como refere Rosário Moreno, amiga de Aires Ferreira.
Antoninho Lopes e Carmelina Fernandes, habitantes de Moncorvo, confirmam que o ex-autarca andava muito triste.
No Blog Moncorvo e Cidadania, criado em Março deste ano, Aires Ferreira revelou algumas facetas da sua vida política e pessoal, que ajudam a explicar alguma revolta interior: “saí da câmara mais pobre do que entrei. Não tenho património acrescido, nenhuma conta bancária fora de Moncorvo e a tal grande reforma é de pouco mais de mil e quinhentos euros mensais líquidos.”
Sobre a atuação do executivo liderado pelo PSD, que lhe sucedeu nas autárquicas de Setembro, ao qual não concorreu por impedimento da lei dos mandatos, caracteriza-o como “errática, opaca e sem cultura democrática, com gosto pela coação”.
Finalmente, sobre a ex-mulher, Aires afirmava que o atual presidente afastou a companheira do cargo de director da escola Sabor Artes. “Alice Brito é também vítima de inveja e mesquinhez”, escreveu o ex-autarca.
Numa das cartas, o ex-autarca deixou orientações precisas sobre os procedimentos após a sua morte, nomeadamente que não haverá qualquer cerimónia fúnebre e pediu para ser cremado em Viseu e para deitarem as cinzas ao rio Sabor.
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