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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 1 de março de 2018

Uma Taberna a Nordeste

Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Havia uma Taberna a Nordeste e Maria Oliveira - a Carçona oficiava neste Templo onde se amaciavam as caminhadas, se afogavam as mágoas… se deixavam segredos e onde o vinho era de Sendim e os peixes do Sabor, pescados pelo Tio Cândido no recato do rio. 
…a minha mulher tem uma ferida ruim… os corvos já andam por perto lá para os lados da Luada…
…a minha Maria vai morrer!
Isto dizia o Tio Folgado…na agrura da morte anunciada… enquanto abanava a cabeça e batia com os dedos… penosamente… na tábua do balcão!
… ele acontece cada uma a um homem!
E tu mentias minha avó Maria Oliveira… que não… que não ia morrer… que tu também já tinhas tido uma ferida assim! E servias... um copinho de vinho e dois peixes... por conta da casa.
… as tuas mentiras Maria Oliveira… não eram mentiras… eram caridade… eram compaixão!
… como eu te entendo… Maria Oliveira - a Carçona… por isso, hoje fui ao rio Sabor e os peixes de escabeche são iguais aos teus peixes, antiquíssima Taberneira e se algum vizinho estiver muito triste… coisas da vida… come dois peixes, bebe um quarteirão de vinho… e decerto ficará mais animado…
… e custa tão pouco devolver a felicidade!
… tu é que sabias!... Nossa Senhora de todas as Tabernas!… de todos os milagres... e uma Taberna a Nordeste era o segredo…
… que orgulho Maria Oliveira! 
Obrigado!


Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança. 
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.

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