Freixo de Espada à Cinta
Um cavaleiro cristão(17), perseguido por uma horda de aventureiros(18), viu-se em grande perigo de sofrer morte afrontosa, porque se achava desacompanhado. Sentindo perto os inimigos, cingiu a espada a um freixo e ocultou-se entre os ramos, aguardando um milagre.
Foi recompensada com efeito a sua fé, não porque a árvore se servisse da espada em defesa dele, mas porque os perseguidores, vendo o freixo cingindo armas, se tomaram de tal medo que fugiram em completa debandada. Esta é a razão porque se lançaram os fundamentos da povoação e porque o fundador tomou por armas o freixo e o montante, e porque ao lugar se deu o nome de Freixo de Espada à Cinta.
Fonte: LEAL, Silva – “Os Pelourinhos de Traz-os-Montes – Freixo de Espada à Cinta”, in Ilustração Transmontana, Porto, 1910, p. 109.
Fonte da Moira
Assim é designado um lugar campestre da aldeia de Fornos [no concelho de Freixo de Espada à Cinta], que abrange vários prédios rústicos. As uvas ali criadas amadurecem consideravelmente mais cedo do que as dos restantes vinhedos da freguesia. Crê o povo que esta precocidade se deve à influência do calor do Norte de África, ali guardado, para lhe fazer companhia, pela bela Princesa Moura encantada, que se viu inibida de fugir à perseguição cristã da reconquista.
Fonte: TEIXEIRA, António J. – “Freixo de Espada à Cinta lendário e supersticioso”, in Brigantia, vol. 2, nº 2/3, Abril/Setembro, Bragança, 1982, Arquivo Distrital de Bragança, p. 310.
17 - O autor identifica-o como sendo um primo de S. Rosendo, de apelido Feijão, que morreu em 977
(Leal, 1910: 109).
18 - Trata-se de uma alusão implícita aos mouros, pois a lenda relativa à origem desta vila, não sendo
matéria considerada muito aceitável pelos historiadores, contém, no entanto, algo aparentemente
inquestionável: o contexto das lutas entre cristãos e muçulmanos (Pintado, 1992: 73).
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