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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

CARTAS AO MENINO JESUS

Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."

No número de Nov/Dez, da revista “ Move-Nos”, do ano passado, apareceu interessante artigo intitulado: Cartas com barbas”, onde o articulista, diz: “ O projecto das cartas ao Pai Natal, foi lançado, em 1985”. Disse, e disse bem; mas olvidou – certamente por desconhecimento, – que já em 1971, o jornal “ O Comércio do Porto” (01-01-71), recolheu as cartas enviadas pelas crianças, ao Menino, e respondeu a muitas.
Nessa época, o Pai Natal, ainda não tinha “saneado”, o Menino, das famílias portuguesas.
Soube-se, na redacção do matutino, que as cartas para o “ Menino” eram enviadas para “Refugo”.
E soube-se, também, que nos anos cinquenta (ou sessenta?) os trabalhadores da Central dos Correios do Porto, cotizaram-se para comprar boneca a menininha pobre, que a pedira em termos comoventes.
Com aprovação de Costa Barreto, coube ao jornalista Pinho da Silva, expor ao director da “ Central”, o Sr. Mário Domingues, a ideia do jornal.
Este, logo acarinhou o projecto, e solicitou ao Sr. Pinto Monteiro e ao Sr. Nunes, para colaborarem como diário portuense.
Reunida a correspondência, foi levada a pequena salinha – que ficava junto da redacção do matutino, – onde havia sólida mesa pé-de-galo e pesados cadeirões, – onde o Sr. Costa Barreto, após ler algumas missivas, deu interna liberdade, ao jornalista, para “cozinhar” as respostas.
Tudo isso é do desconhecimento dos CTT, penso eu.
Para satisfazer a curiosidade dos leitores mais interessados, translado, o início do artigo que veio a lume, in “ O Comércio do Porto”:
“ Por esta altura dos meus anos, os Correios lá do Céu não tem mãos a medir! É uma farturinha de cartas que nem fazes ideia! …Vem de todos os cantos do mundo! …Ele são cartas em português, em francês, em inglês, em chinês, imagina tu! Até em chinês! Ora eu não posso responder a tudo ao mesmo tempo, e então resolvi arranjar uns secretários por aqui, por ali, por acolá, de maneira que…
-” Não ponhas mais na conta, querido Jesus do meu coração: - pelos vistos secretário, “ por aqui”… fico a ser eu!!!? - atalhei, todo bobadinho de alegria.”
E o “ secretário” começou a responder aos meninos e meninas portuenses.
Tudo aconteceu, catorze anos antes dos CTT criarem “oficialmente” as “ Cartas ao Pai Natal”. 


Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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