CABANELAS situa se para NNO do concelho de Mirandela, donde dista pouco mais que uma dúzia de quilómetros, entre-os-rios Tuela e Rabaçal. A palavra Cabanelas pode muito bem ter a ver com o diminutivo medieval de "Cabana", com o sufixo " ella".
O que indica ser o povoamento da área da freguesia muito antigo, talvez de épocas romanas, já que na região há muitos vestígios de romanização. Começou por pertencer ao termo de Lamas de Orelhão, embora depois do período medieval apareça já no de Mirandela. A Paróquia estava associada à de Mascarenhas, cujo reitor apresentava, do século XII até ao XVIII, o cura anualmente.
Foi uma terra da posse da família dos Távoras até 1759, data em que, por confisco de rei, passou para a Coroa.
Foi em 1950 que Cabanelas atingiu o maior número de habitantes: 696.E na década de 60 estavam registados 7 produtores abastados de azeite, 3 de batata, 1 de cereais, 6 de frutas, 3 mercearias, 5 vinicultores, e tinha uma professora e um Juiz do Julgado de Paz. De então para cá a diminuição é uma realidade, com muita emigração nas décadas de 60 e 70. Em 1991 tinha 475 residentes, para em 2001 só ter 418, e destes 205 eram homens. Tem como ocupação quase exclusiva a agricultura, com alguma pecuária.
As pessoas gostam de ter abundância de produtos em suas casas, e, se possível, venderem trigo, centeio, batata, feijão, hortaliças, frutas, mas também azeite e vinho.
Além da carne leite e lã do gado que pastoreia os seus terrenos. Nos tempos de lazer, é o costume: ou vão até ao rio, ou conversam no Largo do Prado ou junto das soleiras das portas de casa. Os mais jovens aproximam se da estrada que vem de Mirandela para Vinhais, e sentam se à sombra das árvores por ali existentes, sempre pensando encontrar os seus amigos ou até o par dos seus "sonhos". Já tem Jardim infantil desde 1998. A Igreja Matriz tem rústica cantaria e a torre sineira simples mas apresentável. Foi recuperada com gosto na traça original há cerca de 5 anos. E tem no adro aspectos rústicos de simbolismo como as pedras de um lagar de azeite.
A Casa do Povo, a Escola Primária, ou as ruas, muitas delas com calçada à antiga portuguesa são referências obrigatórias. Tal como o Solar da família Doutel de Andrade do século XVIII, doado pelas duas irmãs actuais proprietárias ao Seminário/Diocese de Bragança. E aguardando as obras que se impõem para não se perder o seu alto valor histórico que inclui uma capela privada.
Das suas anexas, destaca-se Chelas por ser a mais falada nos últimos tempos, e ter ficado mais perto da cidade de Mirandela ( 3 km) com a ponte sobre o rio, ali nas imediações da Maravilha. Uma obra da iniciativa de José Gama e alguns naturais. Demonstra um surto de recuperação, graças a algumas habitações que estão a ser reconstruídas, onde o Turismo de Habitação Rural já se pratica. Fica situada mesmo junto da união dos rios Tuela e Rabaçal, e entre eles. Mas ainda se vêem muitas em ruínas, com o xisto evidente e os patamares de escadas exteriores. A sua Igreja cujo orago era Santa Maria Madalena, e a panorâmica que dali se observa sobre o rio Tuela e sobre as aldeias dos Eixos e Golfeiras da outra margem, são bem dignas de admiração. Ali existe um Centro de Hipismo, servindo de apoio para o lazer que na área se instalou: o Parque de Campismo e as Piscinas Municipais.
Valongo das Meadas é outra anexa, um pouco maior, e tem estagnado no seu decréscimo,
apesar de se situar junto da estrada Mirandela/Bouça.
In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte.
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