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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

COMO TUDO MUDA! …

Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
Durante anos ouvi dizer, que o ar do rio era prejudicial para a saúde: humidade, nevoeiros constantes, eram causadoras de graves lesões no aparelho respiratório.
Os “ricos” fugiam das margens do Douro, para morarem em lugares isentos de nevoeiro e da perigosa poluição citadina, onde havia “vapores” doentios, saturados de gasolina.
Só os pobres e a classe-media (que por vezes é mais necessitada que os pobres,) aceitavam viver na proximidade do rio. Não pela beleza das margens ribeirinhas, mas por motivos económicos.
Na velha cidade, nas ruas e ruelas dos bairros típicos, as casas antigas, de granito, algumas brasonadas, eram habitadas por gente do povo: homens e mulheres, quase sempre sem educação, e alguns de duvidosa moral.
Nos últimos anos, com a invasão dos turistas. Turistas endinheirados e encantados pela beleza do antigo burgo, começaram adquirir casarões: uns, transformaram-nos em hotéis; outros, em prédios de apartamento de luxo.
Logo a elite – filhos daqueles que se refugiaram em zonas livres de nevoeiros matinais, – vendo estrangeiros a comprar casas antigas, apressaram-se a alugar ou adquirir moradias, junto ao rio e ruas, outrora degradadas! …
Como tudo isso é curioso e engraçado!...
***
Nos anos setenta, meu pai, que era proprietário de velha casa barroca, delapidada, foi intimado a destruí-la, no prazo de três meses.
Como não tinha recursos de a restaurar, nem meios económicos para a destruir, não teve outro remédio, depois de argumentar – perante as autoridades, – que era prédio barroco, de grande valor arquitetónico a vende-la ao desbarato Quem a comprou não a destruiu… As ruínas só eram perigosas se meu pai fosse proprietário! …
Decorrido décadas, passei por ela e fiquei pasmado: estava bonita!: lavadinha e pintadinha! ….
Interroguei mulher, que passava, e fiquei a saber, que fora adquirida pela Câmara, por ser casa muito antiga…
***
Outrora, os “ricos”, fugiam dos nevoeiros; e os “ pobres” viviam nos bairros antigos e zonas ribeirinhas. Agora, os “pobres”, mudam-se para a periferia; e os “ricos, habitam o centro e zonas típicas.
Como tudo muda! … Como o parecer se modifica consoante a época… e o interesse das minorias…. 

Humberto Pinho da Silva, nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA.Foi redactor do jornal: “Notícias de Gaia"” e actualmente é o responsável pelo blogue luso-brasileiro: " PAZ".

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