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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 2 de dezembro de 2018

Monsenhor Domingos Evangelista Pinheiro

Por: Antônio Carlos Affonso dos Santos
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..")
São Paulo - Brasil
Domingos Evangelista Pinheiro nasceu em Caeté – MG, em 21 de julho de 1843 e fundou a Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, em 28 de agosto de 1892. Ele queria congregar “cooperadoras” que, pelo testemunho, fossem sinal e instrumentos de evangelização para a transformação da sociedade carente de doutrinação.
Vivemos num mundo de transformações e contrastes. Apesar do seu desenvolvimento, muitas coisas, nas pessoas e nos grupos, impedem a humanidade de compreender e corresponder ao plano de Deus. Novas exigências nos são feitas, para que sejamos sinal, presença e testemunho no mundo, através do nosso serviço.
Nosso fundador nos convida a estar a serviço do outro, através de uma ação organizadora, vivendo com ele a realidade de nossa época, defendendo o direito dos pequenos, trabalhando ardorosamente pela evangelização, educação e promoção, não ensinando tanto pelo que dizemos, mas pelo que somos ou procuramos ser. Exige de nós um esforço cotidiano de conversão, através de uma espiritualidade específica de presença, como nos mostrou Maria.
 “Deveis revestir-vos da caridade e mansidão de Jesus Cristo, para tirardes risonhos frutos do ensino às crianças”.
Caeté está situada no sopé da Serra da Piedade. A cidade tem um perfil religioso; ali se encontra o Santuário de Nossa Senhora da Piedade.
Filho de Isabel Florentina da Mata e Silva e do Capitão João Evangelista Pinheiro. Era uma família de sete filhos.
Quando ainda bem pequeno Domingos frequentava o Santuário de Nossa Senhora da Piedade. Próximo à igreja matriz, havia um rio, o “Córrego de Caeté”. Nesse rio, Domingos sempre contemplava as mulheres negras, escravas que, piedosas, enquanto lavavam roupas no rio, entoavam cânticos religiosos, como o Hino de Nossa Senhora: “No céu, quando oh Rainha, poderei te amar?/ No céu, quando oh Rainha, poderei te amar?/ No céu, quando oh Rainha, me darás; me darás um lugar?”.  Domingos gostou muito de ouvir estes cânticos de misericórdia; foi dai que nasceu o desejo de se tornar padre!
Aos quinze anos, em 1859, ingressou no Seminário. Chegou cheio de alegria: ofereceu sua adolescência a Deus. Foi ordenado em 17de janeiro de 1869.
Como sacerdote, domingos fundou a Irmandade de Nossa Senhora da Piedade, com o objetivo de cuidar dos bens do Santuário. Em 1878, fundou o Asilo São Lui8s, para cuidar das filhas de escravos. Tal asilo ainda existe; agora com o nome de “Recanto Monsenhor Domingos”.
Monsenhor domingos criou também o Jubileu no Santuário Nossa Senhora da Piedade. Ele tinha devoção pela Nossa Senhora da Piedade e por São José.
Em 28 de setembro de 1871, a Princesa Isabel assinou a “Lei do Ventre Livre”, onde abolia do status de escravo, todo filho de escravas que nascesse a partir daquela data. A partir de 28 de setembro de 1885, foi assinada por Dom Pedro II, nova lei: a “Lei dos Sexagenários”. Essa lei concedia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade. Tal lei beneficiou poucos escravos, pois eram raros os escravos que atingiam essa idade, devido à vida sacrificada em que viviam. À época, um escravo de idade acima de 50 anos, valia 200 contos de réis; enquanto um escravo com menos de 30 anos, valia 900 contos de réis. 
Porém, com a promulgação da “Lei do Ventre Livre”, uma quantidade enorme de crianças, filhos de escravos, ficaram expostas à uma situação vulnerável e de risco, pois seus pais continuavam escravos. Diante da situação nova, e das ameaças enfrentadas por essas crianças indefesas, Monsenhor Domingos sentiu o apelo evangélico para defender os direitos humanos daquelas crianças. Monsenhor domingos defendia o direito que tais crianças tinham de ser livres, segundo o projeto divino, executado por Jesus Cristo. Monsenhor Domingos ainda atentou que as crianças mais prejudicadas eram as do sexo feminino, devido à praxe da sociedade considerar a mulher como menos favorecida.

CONGREGAR PARA PERPETUAR A MISSÃO

No intuito de continuar a obra iniciada por ele, na educação das meninas filhas de escravas, domingos, sabendo-se mortal, fundou, em 28 de agosto de 1892, a Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade. A intenção de domingos era que as Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, fossem mulheres geradoras de vida: na Educação, libertando e despertando as mentes escravizadas, ao promover a formação humana e intelectual das crianças; na área da Saúde, confortando e curando os enfermos, gerando esperança e vida dignas; na Igreja, auxiliando os sacerdotes na proclamação da palavra de Deus. Enfim, na Hospitalidade, acolhendo com alegria a todos; sem distinção!
Monsenhor domingos faleceu em 26 de março de 1924. Em seu velório, uma enorme romaria compareceu, todos em volta o caixão em que, inerte, estava o corpo do bondoso e santo sacerdote.
Em setembro de 2018, foi realizada a abertura do Processo de Beatificação do Monsenhor Domingos Evangelista Pinheiro, junto ao Vaticano, na Itália.

Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS. Nascido em julho de 1946, é natural da zona rural de Cravinhos-SP (Brasil). Nascido e criado numa fazenda de café; vive na cidade de São Paulo (Brasil), desde os 13. Formou-se em Física, trabalhou até recentemente no ramo de engenharia, especialista em equipamentos petroquímicos.  É escritor amador diletante, cronista, poeta, contista e pesquisador do dialeto “Caipirês”. Tem textos publicados em 8 livros, sendo 4 “solos” e quatro em antologias, junto com outros escritores amadores brasileiros. São seus livros: “Pequeno Dicionário de Caipirês (recém reciclado e aguardando interesse de editoras), o livro infantil “A Sementinha”, um livro de contos, poesias e crônicas “Fragmentos” e o romance infanto-juvenil “Y2K: samba lelê”. 

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