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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

O Tempo que o tempo traz

Por: António Orlando dos Santos (Bombadas)
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


Dias passados, quase lânguidos, neste tempo marcado por incertezas e dramas, num quase sufoco de névoas que se adensam mas que insistimos em penetrar. Tempo de estoicismo na disciplina praticada para mantermos alguma sanidade que a nossa mente insiste em preservar.
A natureza das coisas que mutante na sua plasticidade nos presenteia com acontecimentos e projetos em que não nos revemos nem imaginámos jamais. Reconhecemos que a aritmética do 2+2, não é hoje cantarolada, nem sequer considerada e aí temos o resultado que é visível e que urge combater. Diria o meu irmão brasileiro: ma você fugiu do Colégio? Adiante, que atrás vem gente. Estamos entrando no último ano da segunda década do século XXI e será tempo de reflexão. Os seniores não terão já margem para acalentarem ilusões, mas os jovens e a gente de meia idade devem ser incentivados a porfiarem, acreditarem e disponibilizarem-se para contribuírem na construção de uma sociedade mais justa e honesta. Para tal convidemo-los a, estudarem, trabalharem e acima de tudo a serem sensatos e a terem uma visão mais igualitária da sociedade, sem recorrerem ao desinteresse que normalmente inquina a mente dos que por razões de usufruto da diligência dos seus maiores se acantonam no "no fare niente" dos " eleitos que nunca foram a sufrágio.
Vem isto a propósito das declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros, no concernente à capacidade de gestão dos empresários portugueses. Sem pretender ser entendido no assunto e usando apenas o meu senso comum, vou tomar como oportunas as palavras ditas e que tanto escandalizaram os Senhores Capitães de Indústria. Temos os empresários que a sociedade gerou e quer se queira ou não, são todos oriundos da sociedade que gerou também os políticos e os magistrados que são a cúpula do Estado e também das secções intermédias e de base do Estado Português. Tenho grande admiração pelo saber, postura, fluência, capacidade analítica e serenidade do Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros. Sendo assim, pergunto-me, porque escolheu ele este tempo para emitir tais e tão grandes verdades? Ele tinha consciência da resposta "indignada” dos Senhores Capitães de Indústria e também sabia e sabe que a questão é mais profunda do que uma simples dissemelhança de opinião.
Porque não resolveu o Senhor Ministro dar recado a todos os líderes dos vários sectores da Governança incluindo aí a capacidade dos líderes do Comércio e da Indústria Nacional?
A questão é que a governação do Estado não onera o bolso ou o capital das gentes que (des) governam o país. Sairão sem penalização pecuniária pelos erros e desvios e ainda terão garantidas as prebendas que sendo desmesuradas são tidas como coisas de somenos dado o contacto tu cá tu lá com os capitais de cifra alta com que deram rédea ao seu livre arbítrio. 
Por outro lado os Capitães têm os seus capitais em risco, a sua fazenda ameaçada, pela concorrência dos seus pares mais arrojados e pela ameaça constante da Autoridade Tributária e Aduaneira, que qual Santa Inquisição tem poderes ilimitados para desgraçar qualquer comerciante ou industrial metido a cristão-novo de sangue infecto. E é nesta sociedade de hipocrisia e poder quase ilimitado que se traçam os destinos vários em que uns e outros decidem o quinhão, que não as obrigações que lhes pertencem. É também nesta sociedade que proliferam as EDP's que vão vender seis barragens aos "chineses" que foram construídas no chão sagrado do povo transmontano e que nunca deram qualquer benefício palpável aos municípios das áreas onde estão implantadas. 
Há outros casos de favorecimento onerando os encargos do país, tais como CTT, Novo Banco e toda a Banca nacional onde se locupletam os antigos ministros e seus subalternos que foram desmobilados dos serviços que deveriam ser de defesa dos interesses supremos da Pátria. 
Aqui, paro para concluir que é uma questão de cultura ou não cultura dos indivíduos que compõem a elite da nação. Somos assim e não há remédio e nem sequer é coisa inalcançável. Basta que todos, sem pruridos de virgem ofendida, analisemos o que disse o Senhor Ministro e façamos algo para moralizar e agilizar com trabalho braçal e intelectual deste povo que invariavelmente se remete ao langor sedativo que se lhe oferece em dias como o de hoje, 30/12, que se repetem com frequência e nos condicionam como seres que sendo ou usando a lógica em doses diminutas se abandona ao langor do sol glorioso dos dias finais do ano. Mas o sol que temos foi-nos dado pelas forças cósmicas que governam o universo e ainda não há ganância que possa obstar a que ele todos os dias resplandeça por esse céu lindo sob o qual Deus ordenou, fosse nosso.
Creio que o Ministro é homem sereno e de verticalidade indesmentível e ele agora quando achar oportuno explicará aos portugueses qual é o caminho que todos devemos trilhar para alcançarmos o desenvolvimento material e também a lisura na relação que seja o paradigma da maneira de relacionamento nesta nação que tem já idade para ter juízo.
Não adoremos os falsos deuses da soberba, ponhamos os pés em terra e os olhos no que nos rodeia e em vez das mesquinhices e das frases envenenadas dos Senhores Capitães de Indústria, pensemos em tirar proveito deste aviso à navegação que nos fez o Ministro Augusto Santos Silva.
Que o ano que hoje à noite entrará em funções que lhe atribuem as forças cósmicas, seja o primeiro da nossa regeneração como Nação que está aqui à beira mar plantada, há já quase novecentos anos, obra de homens e mulheres que a amaram e no-la legaram, para que a cuidássemos como o não fazemos!

Feliz Ano Novo de 2020.





Gaia, 31/12/2019 
A. O. dos Santos
(Bombadas)

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