O grupo conta com o apoio da AHRESP, a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares, e, segundo Telmo Garcia, proprietário de três discotecas em Bragança, já houve uma reunião com o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, mas de pouco serviu. “Tivemos uma primeira abordagem para tentar obter respostas no sentido de perceber quando e como as discotecas poderiam reabrir. O que é certo é que o que surgiu dessa reunião, para ser honesto, foi uma mão cheia de nada. Não adiantou qualquer data nem medida. Hoje, as normas vigentes é o lavar as mãos, o uso de máscara e o distanciamento social e para o Governo e para a Direcção-Geral da Saúde, os bares e discotecas não contemplam, sobretudo esse distanciamento”.
Telmo Garcia lamenta que o Governo não olhe para o sector de uma forma mais cuidadosa, considerando que as linhas de crédito, que foram criadas para ajudar estes empresários, não são suficientes. “Com toda a responsabilidade, fomos os primeiros a fechar mas isto já basta. Se não podemos abrir teremos que respeitar mas que nos sejam compensados os prejuízos que estamos a ter porque isto é insuportável. São rendas, custos de electricidade, contabilidade, salários, seguros, são despesas abismais todos os meses. Foram disponibilizadas linhas de crédito mas para quê? Nós não queremos endividamento. Não quero ganhar um euro que seja com esta pandemia mas, pelo menos, que me cubram as despesas fixas que estou a ter”.
Em Espanha, algumas discotecas já reabriram mas as normas não deixam que se ultrapasse os 30% da lotação e que as pessoas tenham que permanecer sentadas, sendo que nas pistas de dança se colocaram mesas e cadeiras. O empresário avançou que se tem falado em se proceder da mesma forma em Portugal mas considera que, se assim for, é melhor manter as portas fechadas. “Mesmo a própria AHRESP, até ao momento, não nos pode adiantar nada. Fala-se aqui de uma hipótese, ainda muito prematura, de as discotecas abrirem sem espaço de dança mas é uma completa estupidez. Não vou abrir uma discoteca onde as pessoas não podem dançar. Se é para abrir com restrições absurdas, como aconteceu em Espanha, não há ninguém que sobreviva a uma situação dessas. Ainda é pior a emenda que o soneto”.
O primeiro-ministro, António Costa, já admitiu que ainda não há uma data previsível para a reabertura de bares e discotecas, já que seria impossível manter o afastamento físico. O grupo de trabalho também já alegou que alguns espaços têm condições para abrir mas, para já, continuam à espera de respostas.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves
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