Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior - Foto: LUSA |
No fim de semana havia 25 casos de alunos do IPB, associados à comunidade africana, que haviam testado positivo à covid-19 e outros 12 aguardavam os resultados das análises.
O ministro acredita que nos próximos um ou dois anos aparecerão, eventualmente, outros surtos de coronavírus. "Por isso, temos que identificar os casos e tomar ações concretas para garantir que todos os jovens usam bem as condições que lhe são dadas de uso de máscaras e evitar ajuntamentos, cumprindo as regras, daí que seja importante que venham ter aulas no IPB para aprenderem a estar juntos, sem ajuntamentos cumprindo as regras que todos temos que cumprir", explicou Manuel Heitor à margem da apresentação do programa "Verão Com Ciência".
Nos últimos dias, festas e ajuntamentos de alunos associados a alunos do IPB, em Bragança e em Mirandela, têm motivado intervenções por parte da PSP e da GNR.
Depois de uma intervenção da PSP na madrugada de sábado num bar em Bragança, onde estavam mais de 80 pessoas, que levou à emissão de auto de contraordenação contra os responsáveis pelo estabelecimento, o Comando Territorial de Bragança informou esta segunda-feira que no sábado fiscalizou e encerrou um evento festivo com cerca de 30 pessoas, que se estava a iniciar numa propriedade privada.
"No decorrer do policiamento, os militares da Guarda detetaram a festa com mais pessoas do que as permitidas na conjuntura atual. Após terem sido abordadas pelos militares da GNR, as pessoas presentes no evento acataram as indicações e terminaram a festa, ausentando-se do local, tendo sido elaborado um auto de contraordenação ao proprietário do terreno e terminada preventivamente a atividade", referiu uma fonte.
O presidente do IPB, Orlando Rodrigues, explicou que "tem a certeza absoluta que todos os alunos postos em quarentena, por precaução ou que testaram positivamente, têm respeitado o dever de contenção a que são obrigados". Esta informação foi-lhe transmitida pela Polícia, que tem feito visitas aos domicílios. Estes alunos estão a ser apoiados com alimentação "para que não tenham carências", referiu Orlando Rodrigues.
O IPB e as associações de estudantes têm alertado os alunos para a necessidade de cumprir as normas da Direção-Geral da Saúde.
Manuel Heitor quer ensino superior a dar um exemplo à sociedade
No próximo ano letivo, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior quer que este nível de ensino seja um exemplo para a sociedade ao adotar os comportamentos e regras mais corretas para conviver com o coronavírus. Manuel Heitor afirmou que as instituições de ensino superior "são as mais bem posicionadas para passar uma mensagem de responsabilidade e de ensinar os jovens a passar essa mensagem à sociedade".
No próximo ano letivo, 2020-21, a primeira regra é que as aulas serão presenciais. "Segundo, é que face à incerteza do que vivemos, sejam adotados procedimentos muito realistas com uma situação de contínua monitorização e análise do que se está a passar e, em terceiro, que seja, efetivamente, usada esta oportunidade para estimular e fomentar a inovação pedagógica", descreveu o ministro.
O titular da pasta do Ensino Superior considera que "o ensino é presencial e tem que ser feito de acordo como os cursos foram acreditados". "Neste contexto temos que ser muito realistas e dentro do que é o regime legal de graus e diplomas tentar estimular a inovação pedagógica tentando garantir as condições adequadas, minimizando o ajuntamento de estudantes, pois sabemos que o problema não está nas salas de aulas", disse.
"As normas de Direção-Geral da Saúde são claras, a exigir cerca de um metro de distância nas salas e nos anfiteatros adotar as estratégias em vigor, com arejamentos progressivos. A questão crítica está nos ajuntamentos dos estudantes nas áreas livres, nos bares e nos corredores, onde é preciso ter todo o cuidado para garantir o distanciamento físico e o uso obrigatório de máscara, porque se todos usarmos máscaras sabemos que o risco de contágio é fortemente reduzido", descreveu ainda Manuel Heitor.
Ora todo este processo obriga, segundo o ministro, a que todos sejam responsáveis "os mais jovens e os mais idosos".
Glória Lopes
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