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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 25 de julho de 2020

O HÁBITO

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


É usual ouvir a cada passo: “ F. teve berço”. Ter berço é ter sido educado nas regras da boa etiqueta e civilidade.
É de criança – o mais jovem possível, – que começa a educação. Ensina-se, não só regras exteriores: como se comportar, agir, e utilizar as palavras-chaves, que oleiam as relações interpessoais; mas, também, educar a alma, como recomendava Barrés.
Educar, é, portanto, incutir bons hábitos.
Somos a sequência de hábitos, que se transformam em costume.
Cria-se o hábito, depois este molda-nos: fisicamente e espiritualmente, esculturando-nos, por dentro, subjugando o pensamento. Ficamos servos do hábito.
Controla-se o hábito no início, mas uma vez, enraizado, libertar-se, é quase humanamente impossível, incrustando-se na personalidade.
Há hábitos bons e hábitos malsãos; e os que nem são, uma coisa nem outra.
Aparecem subtilmente, por: imitação de familiares, amigos, e com o convívio na coletividade.
Cortar radicalmente o hábito, requer força titânica. Adiá-lo: é chegar à ideia fixa.
Para se avaliar a força do hábito, vou contar fabula, atribuída a Esopo:
Uma gatinha, por sortilégio, foi transformada em formosa menina.
Estando à mesa – presumivelmente em casa de aristocrata, – deslumbra um rato.
Por hábito (instinto?) saltou da cadeira, e foi em demanda do ratinho.
É que o carácter, é formado por hábitos (costume) adquiridos ao longo da vida.
A “menina” traiu-se, levada pelo hábito, agindo como gatinha que era.
Frei Tomé de Jesus, ao abordar o mal dos vícios, afirma: que são o mal de todos males: “ Porque chamam uns tantos por outros, e abrem tanto caminho uns aos outros, que cada um deles parece que é a fonte de todo o nosso mal.” –  “Trabalhos de Jesus”.

Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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