Natural de Sendim, no concelho de Miranda do Douro, foi poeta, escritor, jurista e um dos maiores investigadores do mirandês, sendo que este foi o seu primeiro livro nesta língua. O lançamento é uma forma de lembrar o autor, que faria 70 anos este mês. O irmão, Carlos Ferreira, considera que o livro é uma referência para a língua mirandesa.
“Foi também a partir de este livro que a escrita se começou a estrutura à volta da recente editada concessão ortográfica da língua mirandesa”, afirmou Carlos Ferreira.
Amadeu Ferreira é autor e tradutor de uma vasta obra em português e mirandês. Em poesia, além de “Cebadeiros”, publicou “Ars Vivendi/Ars Moriendi”, “Norteando”, entre outros. Em prosa é autor de obras como “Lhéngua Mirandesa - Manifesto an Forma de Hino” e “Ditos Dezideiros / Provérbios Mirandeses”. Para mirandês traduziu obras como “Os Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões, e “Mensagem”, de Fernando Pessoa. Carlos Ferreira reporta-se ao irmão como o pilar da língua mirandesa.
O autor foi presidente da Associação de Língua e Cultura Mirandesas e da Academia de Letras de Trás-os-Montes. Foi ainda vice-presidente da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, professor convidado da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, membro do Conselho Geral do Instituto Politécnico de Bragança e, desde 2004, comendador da Ordem do Mérito da República Portuguesa. Carlos Ferreira relembra-o com saudade.
“Tinha um carácter muito afectuoso, muito próximo, muito conivente. Tivemos sempre uma ligação muito forte à língua mirandesa. Ele era uma espécie de irmão mais velho, que também era uma espécie de pai, que era também uma espécie de luz”.
Amadeu Ferreira morreu aos 64 anos e teria feito 70 dia 9 deste mês.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves
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