sexta-feira, 31 de julho de 2020

Diversão noturna vai manter-se de portas fechadas em Macedo de Cavaleiros

A partir de amanhã, os espaços de diversão noturna vão poder voltar a abrir, mas só se passarem a funcionar como pastelaria ou café, cumprindo as mesmas regras e sem ser necessário alterar a classificação de atividade. Mantém-se proibida a abertura das pistas de dança.
A lei, aprovada ontem em Conselho de Ministros, determina ainda que estes espaços poderão estar abertos até à 1h, à exceção da Área Metropolitana de Lisboa, em que a obrigatoriedade de encerramento é às 20h.

No entanto, a solução encontrada pelo Governo para um setor que está de portas fechadas desde março não está a agradar a todos os empresários do ramo.

Em Macedo de Cavaleiros, por exemplo, os dois estabelecimentos de diversão noturna vão continuar de portas fechadas.

Alberto Cabral, proprietário do pub Model´s, diz mesmo que a lei ridiculariza o setor:

“Essa lei não faz sentido e ficou muito aquém do que estávamos à espera. Contávamos com algo que nos pudesse ajudar e esta lei não vem ajudar em nada, porque quem se podia adaptar a restaurante ou café já o fez há muito tempo e não precisou de esperar por esta lei, que eu até acho um pouco ridícula e vem ridicularizar o setor, que já está mal.

Nós não vamos abrir porque não temos esplanada e não estou a imaginar, coma decoração que o Model’s tem, as pessoas irem lá tomar café ou comer um Pastel de Belém.”

Já Nuno Baptista, proprietário da danceteria Roll, considera que o Governo está a “brincar com a noite” e acredita que a situação pode mesmo levar ao fim do setor:

“A solução que o Governo encontrou é uma pura brincadeira para com a noite. Eu sei que as coisas não estão bem, ainda há muito problema e todos temos de ter muito juízo porque  saúde está em primeiro lugar, mas abrir nas condições que eles nos propõe está fora de questão. 

Eu nem vou pôr a chave na porta. Prefiro fechar para sempre do que reabrir a casa nestas condições.

Ou repensam o sistema ou então a noite acabou.”

Para estes dois empresários, que ao longo dos últimos cinco meses de encerramento calculam prejuízos na ordem dos milhares de euros, uma das solução passaria por receberem apoios do Estado:

“Precisamos de apoio urgentes para o nosso setor que é o único que está parado. Fomos os primeiros a dar o exemplo, a fechar porque sentimos que assim faríamos parte da resolução do problema, e agora estamos aqui esquecidos sem apoios. Sabemos que, neste momento, não reunimos condições, a nível nacional, para abrir espaços fechados, precisamos então de apoios que estanquem as nossas dívidas.”

“Se o Estado ajuda outras empresas, a nós, que eu saiba, ninguém nos deu um cêntimo e nem querem saber se passamos ou não fome. Só sei que se não pagar os impostos, mesmo estando fechado, eles vão penhorar-me a casa e nem querem saber do resto.”
Nuno Baptista vai mais longe e defende que há condições para abrir as pistas de dança, adaptando os horários a cada tipo de estabelecimento:

“À noite vamos a um bar beber um copo, ninguém tem máscara e estão todos sentados uns ao lado dos outros, em contacto. Então, qual é a diferença?

Um bar, uma discoteca e uma danceteria são coisas diferentes. A danceteria, como é o meu caso, não precisa estar aberta até às 5/6h, mas, em contrapartida, um discoteca precisa estar a funcionar no mínimo até às 6h.

Eles têm de diferenciar os espaços.”

Por enquanto, a noite em Macedo de Cavaleiros vai manter-se fechada e se não surgirem outras soluções, estes dois empresários ponderam mesmo encerrar as portas de vez.

Escrito por ONDA LIVRE

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