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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Ano Vinte do Século XXI

Por: António Orlando dos Santos (Bombadas)
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...") 

Começa ao longe a divisar-se uma fímbria de escuridão que bordeja o mar e sustenta o disco quase ao rubro que lentamente se vai escondendo no horizonte e parece caindo para o abismo, sustendo os últimos raios de luz que o ocaso teima em nos oferecer. Mais um dia que acaba, neste caminhar lento e devorador que tem um desígnio, o de nos acompanhar. Quando a estrada estiver percorrida, poderemos então saber se ela continua ou se finda como o dia se findou. A Alvorada que se alçará para nos chamar à vida com o seu deslumbrante halo dourado porá uma cor de ouro na obra do Criador! E na mente da humanidade!
Depois virá o dia que nos absorverá com os seus constantes apelos para que vivamos e saibamos ver o que Deus colocou no céu, que é o templo que reservou às aves e que nós teimamos ingenuamente em profanar.
Tudo o que ocorre após a Aurora nos deve tocar e trazer o gosto pela vida que naturalmente nos foi dado viver e apreciar. Naturalmente cada humano terá uma sensibilidade diferente pois valoriza as várias partes do todo diferentemente do seu semelhante. E é exatamente neste ponto da minha reflexão que dou por mim a pensar na obra de Deus que é perfeita e naquela dos homens que o não é.
Nas minhas caminhadas pela cidade de Bragança e porque de madrugada olho para a Aurora e à tarde me delicio com o Ocaso, durante o outro tempo reparo na cidade dos homens e se vejo coisas belas, limpas e bem cuidadas, vejo também coisas que não são belas e são até bastante feias. Na passagem quase diária que faço pelo Jardim António José de Almeida e no que se designa popularmente por POLIS, o meu semblante se fecha e os meus pensamentos se agitam de desconforto.
As papeleiras que têm a missão de receberem o pequeno lixo não são limpas há quase um ano. Os muros estão a começar a ruir dado o vandalismo que os vai destruindo e as paredes do edificado, que foi pintado, está hoje conspurcado a um ponto que não fica nada bem, nem estética nem sanitariamente. E o rio nem será bom falar dele.
A boa disposição que me dá a Aurora ao despertar vai-se esvaindo, porque a minha alma se alegra quando da minha janela vejo o Sol levantar-se de manhã e dourar os montes da Lombada e a Torre do Castelo e se amesquinha quando passo nas margens do Fervença e vejo aquele estado de coisas que tem uma razão para estar assim: neligência!
Posto este caso e comparando-o muito teoricamente com o que poderá vir a ser no futuro, reparo que nos terrenos onde esteve a Quinta da Trajinha, vulgo, do Novo-rico se medem já os vários talhões que serão destinados a constituírem um Parque que sem que eu conteste a sua construção me levam a pensar se não será mais um espaço que tal como o atrás citado se transforme em mais um a somar à nossa vergonha.
Eu não sou contra o progresso da cidade, sou apenas adepto da manutenção dos espaços e muito particularmente dos que foram construídos para o lazer de adultos e crianças.
Peço a quem me lê que pense em qual será o número diário de crianças que frequenta o dito espaço, onde o bar nunca teve gente e hoje está fechado e os cães têm WC que não usam e a gente só tem equivalente nas traseiras do Edifício da Biblioteca Adriano Moreira.
Fui também surpreendido com a construção de uma escada rolante na Rua onde eu nasci que levará as pessoas à Avenida Sá Carneiro. Também não sou contra a sua construção, mas pergunto, porque estão a construir a dita escada se a envolvente está esconsa, em decadência absoluta do lado esquerdo quem sobe, já que as casas depois da do Professor Maximino estão todas a cair e a própria Torralta está a vergonha que todos conhecemos. A oficina do Germano está a precisar de um arranjo e a Escada Rolante se algum dia funcionar, peço a Deus que a faça mais resiliente do que o Ascensor do Parque Subterrâneo da Praça Camões.



Bragança, 23/11/2020
A. O. dos Santos
(Bombadas)

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