“O grande problema continua a ser a doença da tinta, que provoca a seca de milhares de castanheiros em Portugal. O problema agrava-se em anos quentes e secos. Quando um castanheiro seca deixam-se de ser produzidas de 30 a 50 kg de castanhas.
Devem ser muito raros os soutos que não têm falhas de castanheiros provocados pela seca devido à tinta.”
A luta biológica com o parasitoide Torymus Sinensis, que se alimenta das larvas da vespa, iniciada em 2015, acabou por controlar a praga que apareceu em Portugal um ano antes:
“O facto de termos atuado no momento certo fez com que a vespa não se tornasse a ameaça que todos temíamos e que levou a uma quebra de produção de castanha em Itália de mais de 80%. Lá começaram a fazer o tratamento contra a vespa com libertação do parasitoide seis anos depois de ela se ter instalado. Olhando para o exemplo italiano, em Portugal estávamos muito assustados.
Talvez isto também nos tenha ajudado a ser mais pró-ativos na implementação da solução.”
Com a vespa das galhas dos castanheiros controlada, José Laranjo diz que agora é preciso evitar fazer asneiras nos soutos:
“Como fazer trabalhos nos soutos que estraguem todo o equilíbrio que eles tem instalado, pois nunca mais vamos deixar de ter vespa e vamos ter sempre o parasitoide.
Isto vai dar em ciclos de, mais ou menos, cinco ou seis anos, porque estas duas populações dependem uma da outra e vão andar em equilíbrio. Vamos ter anos em que a vespa vai aparecer com mais incidência, porque entretanto a população do parasitoide também caiu por falta de alimentação.
Havendo mais vespa, o parasitoide vai parasitar mais e a sua população vai crescer, porque um precisa do outro.”
A vespa das galhas do castanheiro não vai desaparecer dos soutos, mas não será a ameaça destruidora que se temeu quando apareceu, há seis anos, no nosso país.
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