Em causa está o desvio de alguns metros a que o busto foi sujeito no Largo Campos Monteiro, mais conhecido como largo do Castelo, naquela vila. Segundo o documento entregue no TAF "à revelia das autoridades competentes e não tendo subjacente qualquer tipo de parecer técnico, nem tão pouco um despacho do sr. diretor-geral do Património da Cultura foi recolocado numa das extremidades do largo, entre dois plátanos e apresentava alterações significativas (...) desde logo foi extraída a base, composta por três patamares de pedra; e pintaram por cima das inscrições na pedra".
Os queixosos acusam de a câmara e a DRCN de desrespeitou pela legalidade e por isso consideram que tais actos constituem uma contraordenação especialmente grave, pela qual requerem que sejam condenados a pagar 25 mil euros que reverterão para uma IPSS.
O elemento escultórico que contem o busto do médico-escritor Campos Monteiro, natural de Torre de Moncorvo, que se notabilizou em várias áreas, nomeadamente no jornalismo, foi mandado fazer pela população para homenagear o conterrâneo. Foi instalado em 1938 com uma posição central no Largo do Castelo em Torre de Moncorvo, onde está localizado o edifício dos Paços do Concelho.
O elemento escultórico, da autoria do escultor Sousa Caldas, 88 anos depois de ser inaugurado está envolto numa enorme polémica que começou há alguns meses. A 29 de maio foi retirado por ordem do município com o intuito da sua conservação, manutenção e restauro para oportunamente voltar a ser colocado no mesmo local. A retirada do busto surpreendeu os moncorvenses, que de imediato se indignaram. Escreveram poemas alusivos, circulou uma petição a exigir a reposição do busto e o assunto ocupou várias semanas as conversas dos naturais de Torre de Moncorvo, mesmo dos que vivem fora através das redes sociais. Após a conclusão das obras, a escultura foi recolocada no largo, mas não extamente no mesmo local, pois foi desviada alguns metros.
Para os autores da acção perdeu centralidade e o destaque que tinha anteriormente naquele largo que fica sobranceiro ao centro da vila, nomeadamente à Praça Francisco Meireles.
A controvérsia começou no Facebook, mas agora está na via judicial. A Câmara é acusada de um atentado à memória coletiva e de uma ofensa e desrespeito à população.
Entre os subscritores da ação popular estão Jorge Gomes, deputado do PS na Assembleia da República eleito pelo distrito de Bragança, José Mário Leite, consultor na Fundação Champalimaud e antigo presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo eleito pelo PSD, Lurdes Pontes, empresária e membro da estrutura concelhia do PS de Torre de Moncorvo, José Ricardo, investigador, Adília Fernandes, historiadora e Conceição Serra, professora e descendente de Campos Monteiro.
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