Por: António Orlando dos Santos (Bombadas)
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Havia nos meus tempos de menino, na Praça da Sé, uma porta de cor verde escura e uma montra estreita onde um homem alto, um pouco curvado, que irradiava sempre um sorriso moderado mas constante, me parecia alguém saído dum conto. Era o Senhor Chico Machado que foi um Bragançano que eu ainda nunca mencionei nas minhas crónicas, mas que confesso, me fascinava.
Era ele como que a força que se pressentia ocasionar o movimento lento mas constante de um pequeno botequim que era como algo precioso, que incluía um grupo alargado de gente que para aquele tempo eram o elite pensante da Cidade. Para além do Snr Chico havia duas irmãs que chegavam, colocavam uns bolinhos que elas próprias confecionavam na montra e pouco tempo após saíam como quem tivesse cumprido o dever de vir para alindar a casa. Nunca soube qual a classificação que o Governo Civil atribuía ao dito estabelecimento, sei apenas que era um sítio pequeno que após o almoço se enchia de clientes pelo espaço de uma hora mais ou menos e à noite estava literalmente cheio de homens que vestiam elegantemente, fumavam charuto e falavam um falar mais melódico, pois era a sua forma de dizer que me fazia pensar, porquê aquilo era ali tão diferente dos outros cafés e se mantinha com tão pequena diferença de clientes.
Recordo o Eng.Teixeira e o irmão das Finanças, o Senhor François e o Arquiteto Ferreira, os dois irmãos Gorgueira, Amílcar e Licínio e um número substancial de clientes que davam para encher um café muito maior, mas que os acomodava a todos de forma elegante e moderada.
Há, publicada no Facebook uma foto captada, penso que no Cura, onde todos os fotografados eram assíduos do "Chico Machado". Trouxe hoje este simpático Botequim à lembrança de todos porque me parece que pouca gente o menciona nas suas memórias, ingratamente, digo eu, que o considerei como Joia que não resistiu aos ventos de mudança. Deixo aqui um preito de homenagem ao Senhor Chico Machado e irmãs, pois também eles fazem parte das minhas memórias que zelosamente guardo.
Logo acima encontra-se a Farmácia Mariano que sendo um estabelecimento que tem história que chega para poder ser considerada a Farmácia com mais menções no memorial da Cidade. Fundada por Acácio Mariano homem bom e democrata dos quatro costados, foi sempre ponto de passagem obrigatória para quem precisasse de remédios para o corpo e consolo para a alma. Não descreverei a história da Farmácia que este grande Bragançano fundou e que felizmente ainda hoje é assistida por três "Marianas" que a cuidam muito bem e que são de outra maneira heroínas como Acácio Mariano foi num tempo que eu ainda conheci.
Deixo aqui expresso o meu gesto de admiração e agradecimento à Doutora Ana Paula, à Elisabete e à Marisa por toda a graça e simpatia com que têm perfumado esta quase instituição da minha cidade. Obrigado às três.
Era ele como que a força que se pressentia ocasionar o movimento lento mas constante de um pequeno botequim que era como algo precioso, que incluía um grupo alargado de gente que para aquele tempo eram o elite pensante da Cidade. Para além do Snr Chico havia duas irmãs que chegavam, colocavam uns bolinhos que elas próprias confecionavam na montra e pouco tempo após saíam como quem tivesse cumprido o dever de vir para alindar a casa. Nunca soube qual a classificação que o Governo Civil atribuía ao dito estabelecimento, sei apenas que era um sítio pequeno que após o almoço se enchia de clientes pelo espaço de uma hora mais ou menos e à noite estava literalmente cheio de homens que vestiam elegantemente, fumavam charuto e falavam um falar mais melódico, pois era a sua forma de dizer que me fazia pensar, porquê aquilo era ali tão diferente dos outros cafés e se mantinha com tão pequena diferença de clientes.
Recordo o Eng.Teixeira e o irmão das Finanças, o Senhor François e o Arquiteto Ferreira, os dois irmãos Gorgueira, Amílcar e Licínio e um número substancial de clientes que davam para encher um café muito maior, mas que os acomodava a todos de forma elegante e moderada.
Há, publicada no Facebook uma foto captada, penso que no Cura, onde todos os fotografados eram assíduos do "Chico Machado". Trouxe hoje este simpático Botequim à lembrança de todos porque me parece que pouca gente o menciona nas suas memórias, ingratamente, digo eu, que o considerei como Joia que não resistiu aos ventos de mudança. Deixo aqui um preito de homenagem ao Senhor Chico Machado e irmãs, pois também eles fazem parte das minhas memórias que zelosamente guardo.
Logo acima encontra-se a Farmácia Mariano que sendo um estabelecimento que tem história que chega para poder ser considerada a Farmácia com mais menções no memorial da Cidade. Fundada por Acácio Mariano homem bom e democrata dos quatro costados, foi sempre ponto de passagem obrigatória para quem precisasse de remédios para o corpo e consolo para a alma. Não descreverei a história da Farmácia que este grande Bragançano fundou e que felizmente ainda hoje é assistida por três "Marianas" que a cuidam muito bem e que são de outra maneira heroínas como Acácio Mariano foi num tempo que eu ainda conheci.
Deixo aqui expresso o meu gesto de admiração e agradecimento à Doutora Ana Paula, à Elisabete e à Marisa por toda a graça e simpatia com que têm perfumado esta quase instituição da minha cidade. Obrigado às três.
Bragança, 15/11/2020
A. O. dos Santos
(Bombadas)
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