Diana Remondes Baptista está grávida pela terceira vez e está a ter que recorrer ao serviço de saúde privado para conseguir perceber como se está a desenvolver o bebé que espera. Com as duas gravidezes anteriores, no que toca a acompanhamento, não houve problemas. Mas a terceira está a ser um pouco mais atribulada porque a ULS do Nordeste não lhe deu a resposta que precisava.
“Foi pedido o acompanhamento por parte da obstetrícia da ULS, esse pedido demorou a chegar e quando chegou, tenho consulta marcada para 14 de Setembro. Quando foi marcado o primeiro rastreio, que seria o primeiro da gravidez entre a 11ª e a 13ª semana mais seis dias, no meu caso já me foi marcado à 14ª semana e seis dias, já notoriamente fora de tempo”, contou.
A grávida diz compreender a situação, assumindo que, possivelmente, se deve ao excesso de trabalho que os médicos estão a ter. Diz, por isso, que os profissionais de saúde não chegam para dar resposta às necessidades que há.
Diana Remondes Baptista tem um seguro de saúde, o que a está a ajudar a recorrer ao privado. Ainda assim, lamenta que muita gente passe pela mesma situação e não o tenha.
“Quem não tem um seguro de saúde e tenha um ordenado médio é uma despesa enorme que se tem num privado, quando supostamente temos direito à assistência na saúde”, frisou.
A grávida diz que não tentou compreender a situação, junto da ULS do Nordeste, porque, possivelmente, não serviria de muito.
“Apercebo-me que isto é recorrente. Tenho uma colega que o filho já tem um ano e meio e ainda hoje está à espera da última consulta. Eu sei que não sou caso único”, afirmou.
Quisemos compreender, com a ULS do Nordeste, a veracidade dos factos, a que se ficou a dever esta demora na marcação, se não há como dar resposta a esta utente mais cedo e quantos obstetras estão, neste momento, afectos à unidade. Respondeu dizendo que “assegura o acompanhamento a todas as mulheres grávidas” e que as que se integram no Programa Nacional de Vigilância para a Gravidez de Baixo Risco “são devidamente acompanhadas nos Cuidados de Saúde Primários, com agendamento de consultas periódicas e dos Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica preconizados - de acordo com a avaliação clínica individual efectuada durante o período de gestação - e encaminhamento para consulta pré-natal hospitalar”. Assim, neste caso concreto, esclarece a ULS do Nordeste que “estão a ser cumpridos todos os procedimentos do Programa Nacional de Vigilância para a Gravidez de Baixo Risco, estando a ser garantido o devido acompanhamento nos Cuidados de Saúde Primários, incluindo consultas com o Médico de Família, tendo sido agendados os Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (três ecografias trimestrais) e a consulta pré-natal hospitalar”. Explicou ainda que ali exercem funções 10 médicos especialistas em Ginecologia e Obstetrícia (três do quadro de pessoal e sete em regime de prestação de serviços).
Sem comentários:
Enviar um comentário