No entanto, a região de Trás-os-Montes ficou de fora desse pacote de apoios. À margem da Feira da Agricultura de ontem em Macedo de Cavaleiros, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, assegurou que, apesar de tudo, “as condições estão criadas” para ajudar os agricultores transmontanos.
“Infelizmente não tenho a capacidade de fazer chover. Aquilo que posso dizer é que estamos a acompanhar para ir juntando mais municípios a esta declaração de seca, mas aquilo que são as obrigações a que os agricultores deixam de estar obrigados podem ser sempre utilizadas, utilizando força maior e isto é um motivo de força maior”, referiu.
Questionada sobre o tipo de medidas a implementar na região, a responsável falou do Programa Nacional de Regadios. No entanto, a região de Trás-os-Montes tem vários projectos de barragens para reforçar o regadio à espera de financiamento ou licenciamento há largos anos, entre o Vale da Vilariça a Vimioso.
“Para nós é essencial termos medidas de médio/longo prazo, mas que as executemos já. O programa nacional de regadio, que agora estamos no terreno para construir o próximo, já estivemos a fazer um levantamento nacional sobre as oportunidades de melhoria de regadio, estamos agora a fazer um conjunto de sessões com agricultores, vamos querer fazer com os investigadores, para ver as alternativas necessárias, e com os presidentes de câmara e comunidades intermunicipais, porque queremos ter um plano que nos permita armazenar água”, frisou.
No ano passado, a barragem da Burga, no Vale da Vilariça teve uma fuga que obrigou a recorrer, em ano de seca, à reserva estratégia de água do regadio daquela que é uma das zonas agrícolas mais férteis de Portugal. Além disso, o alteamento da barragem é reclamado há anos, mas continua sem calendário para execução. Perante esta problemática, Maria do Céu Antunes recordou que a situação da barragem da Burga é “um dos temas mais vulneráveis” para o Ministério da Agricultura.
“Este ano a barragem da Burga está no seu limite de armazenamento e eu perguntei o que podia fazer mais, se podemos altear barragens, se podemos limpar o fundo para aumentar a capacidade de encaixe, se podemos criar e vamos fazê-lo, uma rede de charcas em todo o país, nomeadamente neste tipo de zonas, para ser mais fácil armazenar a água e utilizá-la ao longo do tempo”, acrescentou.
À margem da Feira da Agricultura em Macedo de Cavaleiros, Maria do Céu Antunes assegurou que estão a ser criadas as condições necessárias para apoiar os agricultores transmontanos perante o actual cenário de seca.
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