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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 21 de dezembro de 2024

O PRIMEIRO LIVRO DE JÚLIO DINIS

 Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Recentemente narrei o grande amor de Júlio Dinis, pela menina Henriqueta, companheira de folguedo do escritor, e pupila do Senhor Reitor de Grijó (Gaia).
Parece-me, portanto, oportuno abordar agora a primeira obra do escritor, publicada em folhetins, a 12 de maio de 1866, no: " O Jornal do Porto", e mais tarde reunido em livro, em outubro de 1867. Edição que se esgotou no prazo de um mês!
Júlio Dinis nunca foi ilustre desconhecido, seu talento, como médico, era notório, mas ninguém o conhecia como notável escritor, nem o próprio pai., o Dr. Gomes Coelho.
Várias vezes o progenitor chegou a prosear, com amigos, sobre quem seria o neófito escritor, que escrevia os folhetins, no jornal portuense.
Até que um dia, tendo ido ao quarto do filho, encontrou surpreso sobre a secretaria, manuscritos, que lhe despertaram curiosidade.
Ao ler as primeiras linhas, imediatamente, descobriu, que o jovem que escrevia o folhetim, para "O Jornal do Porto", era nem mais nem menos, seu filho.
Pinheiro Chagas, Alexandre Herculano, entre outros, até o " briguento" Camilo, em carta a Castilho, escrevia, referindo-se ao autor das " Pupilas do Senhor Reitor." Aquilo é rebate de entroixar eu a minha papelada e desempeçar a entrada á nova geração."
Será que, ao escrever: " As Pupilas",o primeiro romance, Júlio Dinis, inspirou-se na Henriquinha, a menina que desde pequena, exerceu séria influencia, na sua curta existência. Creio que sim: Daniel, filho do José das Dornas, o rapaz que aprendia latim e nutria especial afeição pela pastorinha, chamada Margarida.
Mais tarde, formado em medicina – o mesmo curso de Júlio Dinis, – regressou, à aldeia, e encontra a amiga de infância, já mulher, que ainda nutre afeição pelo rapaz, que aprendia latim. Margarida a pegureira, não será a figura disfarçada de Henriqueta?
Em muitas obras do escritor, a Henriqueta, surge, de forma mais evidente. É natural. Não era a menina, sua companheira de infância e seu grande amor?


Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG” e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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