Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Graça Morais expõe o lado mais negro do mundo em “Anjos do Apocalipse”

 “Anjos do Apocalipse” é a recente exposição de Graça Morais, inaugurada, no passado sábado, no Centro de Arte Contemporânea, em Bragança. Entre as obras, há 40 que são inéditas e traduzem o olhar da pintora sobre o lado mais negro do mundo


Numa visita guiada pela própria pintora e também pelo curador António Meireles, um dia antes da inauguração oficial, antes de se entrar nas salas, onde estão expostos os mais de 70 quadros, Graça Morais avisou que esta é “uma exposição muito dura”, isto porque é o sofrimento humano que a maioria dos quadros retrata.

“Pretendo com esta exposição fazer um diálogo entre obras de 1984, 2005, 2017 e outras atuais, porque há uma permanência na minha forma de pintar e nas minhas preocupações ligadas ao ser humano”, começou por explicar Graça Morais. “A minha preocupação foi sempre olhar para o ser humano, e revelar no ser humano situações de sofrimento, mas, ao mesmo tempo, de resistência, de uma luta entre o mal e o bem e, sobretudo a resistência através destes anos todos, a minha resistência como mulher. É uma expressão que revela muito do que eu sou como mulher e como artista”.

As guerras e massacres, como na Ucrânia ou Gaza, e que são notícia diariamente impulsionaram também a artista a desenvolver estas obras. Um dos principais objetivos desta exposição é sensibilizar a sociedade para estes assuntos. Exemplo disso, é um dos quadros que ali se encontra exposto. “Aquela pintura tem uma cabeça completamente destruída. Todas as guerras provocam sofrimento nas pessoas e nós felizmente não estamos em guerra. E o que é que eu posso fazer? Eu não sou política, eu não tenho fortuna, não sou rica e isto é realmente o melhor que eu posso comunicar às pessoas e oferecer para elas pensarem o que é a vida, o que é a arte. Será que a arte nos pode ajudar a viver melhor? Eu acho que pode. A arte pode ajudar-nos”.

Entre outras obras destaca mais uma que também é inédita e pode ser vista agora pela primeira vez e que considera como “uma das mais importantes”, apelidada de “fantasmas”, esta retrata o despovoamento das aldeias do interior. “Nasceu num passeio que dei aqui na minha aldeia. Fui até ao campo e estava extraordinário. O mês de maio, em Trás-os-Montes, devia ser o mês com mais turismo e que se deveria divulgar para trazer mais pessoas até ao Interior. Porque andamos quilómetros e quilómetros, sem nenhuma ofensa à nossa terra, mas não vemos nada nem ninguém, só vemos natureza, flores, e um campo maravilhoso cheio de oliveiras, de videiras, de castanheiros e isso é uma paz, então eu fiquei tão cheia de beleza que comecei a pintar este quadro. E primeiro era uma paisagem lindíssima. Mas aqui, como é possível ver, há uma série de figuras que chamo de quadro fantasmas, porque realmente há figuras que já não existem e que despovoaram a aldeia do Vieiro e do Freixel (concelho de Vila Flor)”, contou.

A exposição “Anjos do Apocalipse” estará patente no Centro de Arte Contemporânea até ao mês de maio.

Escrito por rádio Brigantia
Jornalista: Rita Teixeira

Sem comentários:

Enviar um comentário