sábado, 10 de novembro de 2018

Projeto integrado no Serviço Voluntário Europeu mostra riqueza natural, cultural e edificada do Nordeste Transmontano

O projeto de voluntariado internacional “Heritage: a common good, a common responsibility” da Palombar – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural deu a oportunidade a dois voluntários franceses de descobrir a riqueza natural, cultural e edificada do Nordeste Transmontano.
Voluntária SVE Constance Faucher
No âmbito deste projeto, que está integrado no Serviço Voluntário Europeu (SVE) do Programa Erasmus + Juventude em Ação (JA) – Agência Nacional Portuguesa (juventude.pt), a Palombar acolheu dois jovens franceses, sendo que um deles foi a voluntária Constance Faucher, que veio para Portugal, nomeadamente para a aldeia de Uva, concelho de Vimioso, distrito de Bragança, através de uma colaboração realizada com a Associação Avril (www.associationavril.org), em França. Este projeto de voluntariado da Palombar foi financiado pelo Programa Erasmus + JA.

A voluntária Constance Faucher tem 24 anos e é natural de Aixe-sur-Vienne, França. É licenciada em Cultura e Património Cultural, tendo também realizado um Mestrado em Turismo e Desenvolvimento do Território. As suas áreas de interesse são sobretudo a ruralidade, o património e a natureza.

Ao chegar ao Nordeste Transmontano, mais precisamente à aldeia de Uva, a voluntária revelou que “imediatamente” gostou “deste lugar, da natureza, do mosaico das paisagens, das antigas casas de pedra, dos pombais, da cultura local muito marcante e da receção calorosa dos seus habitantes”, tendo sentido um forte acolhimento e abertura para a sua integração.
Visita à EPA Carvalhais Mirandela
No âmbito de um projeto individual, a voluntária realizou entrevistas a proprietários de pombais tradicionais para fazer uma recolha de memórias sobre este ícone arquitetónico do Nordeste Transmontano. Este trabalho visa promover a valorização dos pombais tradicionais e divulgar a sua história, a sua importância para as comunidades rurais, bem como a relação crucial entre os proprietários dessas edificações e a Palombar, que promove a recuperação de pombais tradicionais e o seu repovoamento com pombos em prol da conservação de aves ameaçadas, como é o caso da águia-de-Bonelli (Aquila fasciata).

A voluntária também realizou uma visita, no passado dia 30 de outubro, à Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Carvalhais/Mirandela (EPADRCM) para divulgar junto dos (as) alunos (as) desta instituição de ensino o Serviço Voluntário Europeu (SVE) do Programa Erasmus + JA – Agência Nacional Portuguesa e falar sobre a sua experiência enriquecedora na missão SVE em Portugal.

O SVE oferece aos jovens com idades entre os 17 e os 30 anos a oportunidade de participar em programas de mobilidade e ter a experiência de viver noutro país, através do serviço voluntário prestado para uma organização sem fins lucrativos (seja uma associação, comunidade, etc.). A missão voluntária pode durar de dois a 12 meses. “O SVE permite descobrir outras culturas e adquirir competências úteis para a integração social e profissional”, destaca a voluntária.
Constance F. com proprietário de pombais tradicionais
“O SVE pareceu-me ser a ferramenta que mais se adequava aos meus objetivos e à minha vontade de conhecer outros lugares, com gastos reduzidos, uma vez que a participação no SVE é gratuita para os voluntários, que têm assegurados o alojamento, a alimentação e um seguro durante a sua missão”, explica Constance Faucher. No âmbito do “Heritage: a common good, a common responsibility”, a voluntária integrou vários projetos, iniciativas e atividades de proteção e conservação do património natural, cultural e construído desenvolvidos pela Palombar e pelos seus parceiros no Nordeste Transmontano.

Constance Faucher participou, nomeadamente, em censos de coelho e perdiz, monitorização de populações de aves, manutenção de campos de alimentação para aves necrófagas, vigilância e prevenção de incêndios florestais e manutenção/reconstrução de pombais tradicionais.

Campos de Trabalho Voluntário Internacionais, Oficina de Construção de Muros de Pedra, atividade de observação de aves Eurobirdwatch´18, Festival L Burro i L Gueiteiro e Sons&Ruralidades foram alguns dos eventos em que a voluntária pôde também participar, tendo ainda integrado um passeio de barco no Rio Douro e realizado visitas guiadas a museus e centros de interpretação da região.

“A minha experiência na Palombar deu-me a oportunidade de descobrir muitas coisas novas. Em primeiro lugar, pude conhecer parte da região de Trás-os-Montes. O território de ação da Palombar é realmente bastante extenso e permite contactar e conhecer diferentes aldeias e paisagens da região. Os lugares onde vamos trabalhar são às vezes de difícil acesso, mas também é por isso que me sinto privilegiada por lá estar”, revelou Constance Faucher, num testemunho que escreveu sobre a sua experiência nesta missão. “Através desta experiência, desenvolvi também uma maior consciência sobre a ligação que existe entre o património natural e cultural e as diferentes questões que surgem relativamente à sua preservação e conservação”, destacou ainda.
Constance F. A entrevistar um proprietário de pombal
“Esta experiência de voluntariado deu-me a oportunidade de descobrir um novo território, a sua cultura, língua e pessoas, mas também, e mais importante, de ser parte ativa na vida local num ambiente rural. Esta é uma aventura muito gratificante do ponto de vista profissional, mas também pessoal, que eu recomendo a todos aqueles que tenham a oportunidade de participar”, conclui a voluntária.

A missão da voluntária francesa em Portugal decorreu entre os meses de maio e novembro de 2018.

in:noticiasdonordeste.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário