A dupla que dirige o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madrid -- o espanhol Manuel Borja-Villel (diretor) e o português João Fernandes (subdiretor) -- ocupa o 51.º lugar da lista 'Power 100' da revista especializada ArtReview.
Anualmente, a publicação escolhe "as pessoas mais influentes no mundo da arte contemporânea". Na lista de 2018, disponibilizada no 'site' da ArtReview, o 51.º lugar é ocupado por Manuel Borja-Villel e João Fernandes, uma "nova entrada".
A revista refere que os dois "geralmente resistem à atração da exposição 'blockbuster". E escreve: "Sob direção da dupla, a instituição madrilena tem um propósito mais radical (Fernandes foi um proeminente ativista comunista na sua juventude) num tempo, notou este ano Borja-Villel, em que o capitalismo corre o risco de reduzir o público a 'autómatos consumidores e obedientes'".
Considera a ArtReview que, na sequência disso, "ao lado da forte coleção composta por 21 mil peças (incluindo 'Guernica', de Pablo Picasso), o museu apresentou um programa eclético de nomes cujo trabalho não é necessariamente omnipresente no circuito dos museus nacionais", dando como exemplos as exposições dedicadas ao cartoonista norte-americano George Herriman, ao poeta português Fernando Pessoa, ao escultor espanhol Eusebio Sempere e o artista plástico luso-brasileiro Artur Barrio.
João Fernandes tomou posse como subdiretor do Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía em 2012, depois de nove anos como diretor do Museu de Serralves.
Antes de assumir o cargo de subdiretor do museu espanhol, João Fernandes já tinha colaborado em várias ocasiões com a instituição, tendo, em 2001, comissariado, juntamente com o diretor do museu, Manuel Borja-Villel, e com François Piron, a exposição "Locus Solus. Impresiones de Raymond Roussel".
Nascido em 1964, em Bragança, João Fernandes licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo, entre 1992 e 1996, organizando, como comissário independente, diversas exposições em Portugal, Espanha e França.
Também foi comissário das representações portuguesas na 1.ª Bienal de Arte de Joanesburgo, em 1995, na 24.ª Bienal de Arte de São Paulo, em 1998, e da 50.ª Bienal de Veneza, juntamente com Vicente Todolí (a quem sucedeu no cargo de diretor do Museu de Serralves).
JRS (ACG) // MAG
Lusa/fim
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