A vespa velutina, conhecida também como Vespa Asiática, já chegou ao concelho de Macedo de Cavaleiros.
O primeiro foco foi detectado há pouco mais de uma semana nas colmeias de um apicultor na zona das aldeias de Olmos e Malta.
No entanto, aquele foco não foi eliminado porque o ninho não foi descoberto, e a tendência é que os insetos de multipliquem, como refere André Vaz, presidente da Associação de Apicultores da Serra de Monte Mé – A Seita da Abelha:
“Não resolveu a situação de todo porque estes exemplares para estarem a predar no apiário é porque têm o ninho nas imediações, e esse não foi descoberto.
No outono, as árvores ainda têm muitas folhas que estão com várias cores, e, colo tal, não é fácil detectá-los.
Acredito que dentro de um mês e pouco, as folhas vão cair, os ninhos vão ficar visíveis e ai sim, podemos encontrá-lo.
Porém, nessa altura já não poderemos fazer nada porque o ninho estará vazio e todas as fundadoras que saíam vão estar a hibernar algures.
Quando chega esta altura do ano em que começa a vir o frio, estes animais vai criar uma série de vespas, as chamadas princesas que vão ser as futuras fundadoras do ano seguinte.
Estas vespas vão hibernar sozinhas, muitas delas vão morrer durante o inverno com o frio, mas todas as que sobreviverem até à primavera são potenciais fundadoras de ninhos novos.
Ou seja, cada vespa fundadora que seja apanhada é menos um ninho potencial que teremos no ano seguinte.”
Apesar de na região existir uma espécie de vespa autóctone que também é agressiva, a Crabro, a velutina é pior e tem capacidade de dizimar um apiário por completo, afiança André Vaz:
“A vespa velutina tem níveis de agressividade um pouco superiores à crabro mas o maior problema dela reside nos números. O ninho de vespa velutina tem muitos mais indivíduos que um de vespa crabro, e como no reino dos insetos a união faz a força, torna-se tão mais grave quanto maior for a comunidade.
Ambas estas espécies de vespas alimentam-se de outros insetos, e neste momento têm as abelhas à disposição durante todo o ano.
Ou seja, nós, apicultores, estamos a criar alimento para vespas.
Um ataque de vespa velutina a um apiário pode chegar a dinamizar colmeias por completo.”
No entanto, desde o ano passado que o concelho já estava alerta para o possível aparecimento destas vespas, tendo, por isso, nessa altura, começado a ser desenvolvido um plano de ação para a vigilância e defesa da vespa velutina numa parceria entre a Associação de Apicultores da Serra de Monte Mé – Seita da Abelha, os bombeiros voluntários locais e a autarquia.
O protocolo foi assinado ontem e a partir de agora está formalizada a atuação desta equipa sempre que necessário, explica Pedro Mascarenhas, vice-presidente do município de Macedo e responsável pelo pelouro da Proteção Civil:
“A partir de agora tudo se pode fazer com mais celeridade.
Cada uma das entidades parceiras tem as suas responsabilidades: a câmara assume as despesas da compra de todo o equipamento necessário, como fatos, lança-chamas para queimar os ninhos das vespas e o transporte. A associação de apicultores põe a capacidade humana no trabalho porque têm o conhecimento necessário para isso, e, por fim, os bombeiros disponibilizam para o local todos os meios considerados necessários para que a ação seja feita em segurança.”
Um processo que visa a proteção das populações, sendo nisso o papel dos bombeiros fundamental, considera João Trovisco, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros:
“O papel dos bombeiros aqui é importante, não só por estarem presentes nestas operações mas também de poder socorrer, caso seja necessário, qualquer situação que ponha em causa a proteção das população.”
A vespa velutina é um inseto de grandes dimensões, tem cabeça preta com face laranja, o corpo é castanho-escuro ou preto aveludado, delimitado por uma faixa amarela fina e um único segmento abdominal.
Se notar a presença deste inseto, denuncie.
Escrito por Rádio Onda Livre
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