sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Os 12 melhores locais para visitar em Bragança

No Norte de Portugal, entre serras e vales, repleta de tradições seculares, monumentos imponentes e uma gastronomia única. Descubra Bragança.

Bem no Norte de Portugal, a cidade de Bragança esteve desde muito cedo associada ao nascimento e desenvolvimento do nosso país. Bragança sofreu, desde sempre, o isolamento em relação às outras regiões do país. Só muito recentemente foram construídas boas estradas para ligar esta cidade ao litoral, por exemplo. Este isolamento forçado levou os habitantes de Bragança a desenvolver uma cultura e tradições muito próprias.

Nas aldeias em seu redor, ainda hoje se pratica a agricultura comunitária e, até há umas décadas atrás, os conflitos eram resolvidos por homens respeitados pelo povo e não por juízes ou tribunais. Também bem perto de Bragança, são inúmeras as aldeias que possuem a tradição dos Caretos, máscara usada pelos jovens rapazes numa espécie de festa de transição entre a puberdade e a idade adulta. Por tudo isto e por muito mais, vale a pena visitar Bragança e descobrir tudo aquilo que esta cidade e a sua região têm para lhe oferecer. Descubra os 12 melhores locais para visitar em Bragança.

1. Gimonde

Situada no concelho de Bragança, Gimonde oferece a quem o visita o melhor e o mais genuíno da terra fria transmontana, sempre com o calor humano e a arte de bem receber dos seus habitantes.

As paisagens soberbas, a riqueza patrimonial e o pitoresco do quotidiano rural fazem de Gimonde o sítio ideal para uma escapadela de fim-de-semana ou férias, em total comunhão com a natureza.

2. Rio de Onor

Pode ter tido origem no povoado medieval de Vinhas Cales, no cabeço do Codeçal, mas sabe-se que pertenceu à Casa de Bragança. Divide o território com a sua homónima espanhola, Rihonor de Castilla. Da tradição e do convívio entre as duas aldeias surgiu um dialecto – o rionorês. Ainda se partilham terrenos e moinhos, na memória fica o rebanho e o boi comunitários, que já não existem. Mantém um modo de administração rural, liderado por dois Mordomos, designados pelo Conselho – assembleia com representantes de todas as famílias da aldeia. A “Vara da Justiça” garante o cumprimento das regras e aplica multas, muitas vezes pagas em medidas de vinho ou azeite.

Está inserida no Parque Natural de Montesinho e na Zona de Protecção da Rede Natura 2000, e reparte o nome com o rio que a atravessa – o rio Onor, também conhecido como rio Contensa. O facto de ser atravessada pela fronteira política faz com que a maioria dos habitantes seja bilingue ou trilingue (português, castelhano e rionorês). Da sua arquitectura tradicional de xisto, destacam-se a ponte romana, a Igreja Matriz e um Castro medieval.


3. Montesinho

Montesinho é uma aldeia típica transmontana, situada nos contrafortes da Serra de Montesinho, a cerca de 1000 metros de altitude, em pleno Parque Natural de Montesinho. Deixe que a serenidade desta aldeia o seduza e passe uns dias instalado numa das casas adaptadas para turismo, em granito, com telhados em lousa e varandas em madeira, abertas para a serra! Caminhe pelas ruas da aldeia, calcetadas e bem cuidadas, e descubra a Igreja de Montesinho, o Núcleo Interpretativo de Montesinho e o Museu instalado numa casa típica transmontana, onde poderá conhecer a caracterização geológica de Montesinho e os modos de vida tradicionais desta “aldeia preservada”.

A beleza natural desta região convida a caminhadas demoradas: faça o Passeio Pedestre de Montesinho (10 quilómetros) que o conduzirá por trilhos e caminhos nas aldeias de Montesinho, França e Portelo. Deslumbre-se com a paisagem de contrastes: o verde das pastagens pintalgado por flores coloridas e o dourado e avermelhado dos bosques… Encontra-se no Parque Natural de Montesinho, por isso não se surpreenda se avistar uma águia-real ou uma cegonha negra; um lobo ibérico ou um veado!

4. Castelo de Bragança

Foi por volta de 1409 que o rei D. João I mandou construir o possante Castelo de Bragança, na sequência do que fizera na corda raiana até Miranda do Douro, numa vigorosa afirmação de independência perante Leão e Castela. Ali fez implantar a impressionante torre de menagem (de 34 metros) e ampliou a edificação militar que já vinha do tempo de D. Sancho I, que fez construir o primeiro circuito de muralhas, e de D. Dinis, mandante de um segundo perímetro amuralhado.

Basicamente, o castelo é constituído por um extenso conjunto de muralhas ameadas que revelam quatro recintos autónomos, numa planta oval cujo interior está direccionado segundo dois eixos viórios que estabelecem a ligação entre a Porta de Santo António, que dá para a parte velha da cidade, e a Porta do Sol. A partir da Porta de Santo António abrem-se duas ruas com os respectivos quarteirões edificados. A esquerda surge um pequeno quarteirão que vai dar ao pelourinho e onde, em tempos, existiu a Igreja de São Pedro. Ao centro aparece-nos o foco habitacional mais importante, em cujo topo se ergueu a Igreja de Santa Maria e a célebre Domus Municipalis, possivelmente do século XIII.

5. Domus Municipalis

Em Bragança, os homens a quem competia a análise e o deferimento dos assuntos de interesse local e de justiça reuniam-se na casa da Câmara, edifício de traça medieval, fruto de revivalismo arquitectónico, que passaria a ser designado como Domus Municipalis. Aparentemente um dos principais objectivos desta construção consistia na valorização efectiva de uma nascente e a recolha das águas pluviais, com importância crucial num núcleo populacional amuralhado. Por estes motivos, este edifício integra uma cisterna bem lavrada, com abóbada de cantaria reforçada com três arcos torais, bem configurada e apta a recuperar a precipitação da cobertura exterior.

O seu corpo alteia-se um pouco por não ficar totalmente enterrado. Alguns elementos da construção deixam perceber a existência de anexos com coberturas que também descarregavam a água das chuvas para a cisterna. Ainda assim, os seus alçados consentem um plano superior, integralmente ocupado por uma ampla sala de reuniões. A iluminação processa-se, em sucessão contínua, a partir de janelas com arco de volta perfeita, sendo o seu perímetro pentagonal percorrido interiormente por um banco de pedra. Pelos aspectos funcionais não será de estranhar que nos documentos antigos seja apelidada como Cisterna, umas vezes, e como Casa da Câmara, outras vezes.

6. Cidadela de Bragança

Uma cidade dentro de outra com quase 900 anos de diferença. A cidade dos primórdios a Nacionalidade iniciou-se e reforçou-se, tornando-se na cidade de hoje. Sem dúvida teve o seu papel abrangente na formação e decorrer da História de Portugal.

O pequeno perímetro da Cidadela Brigantina serviu para a defesa da antiga vila medieval. Perímetro este que defendia as pequenas casas da povoação, a Igreja de Santa Maria, Pelourinho, Castelo, Torre de Menagem e finalmente o único o Domus Municipalis Romano existente em Portugal.

7. Museu Abade de Baçal

O Museu foi criado por decreto lei em 13 de Novembro de 1915 sob a designação de Museu Regional de Obras de Arte, Peças Arqueológicas e Numismática de Bragança. Em 1935, data da jubilação do Abade de Baçal, passa a designar-se Museu do Abade de Baçal, em homenagem ao erudito, investigador e também Director do Museu entre 1925 e 1935.

Revestiu-se de grande importância para o Museu a acção do Dr. Raul Teixeira, Director do Museu entre 1935 e 1955. Grande impulsionador da cultura da região e defensor do seu património, desempenhou um papel decisivo na projecção da instituição e na angariação de parte significativa do seu acervo, através das excelentes relações que tinha junto dos meios culturais e artísticos da época. As principais colecções que integram o acervo do Museu são Arqueologia, Epigrafia, Arte Sacra, Pintura, Ourivesaria, Numismática, Mobiliário e Etnografia. O espólio do Museu tem sido gradualmente enriquecido através de doações, legados e aquisições.

8. Museu Ibérico da Máscara e do Traje

Em pleno centro histórico de Bragança (Castelo) encontra-se este museu que divulga as tradições relacionadas com as festas de inverno e Carnaval de Trás-os-Montes, Alto Douro e distrito da Zamora. Local onde pode ver vários tipos de máscaras e trajes que os Caretos utilizam nas Festas dos Rapazes.

Inaugurado em Fevereiro de 2007, este museu resulta de um projecto de cooperação transfronteiriça entre as regiões de Bragança e Zamora com o objectivo de perpetuar a tradição dos rituais. Instalado numa casa antiga da cidadela de Bragança, conta com um espólio de quarenta e seis trajes e sessenta máscaras representativos de vinte e nove localidades, dezoito do lado português, e onze espanholas, sob a responsabilidade de cerca de quarenta e seis artesãos. As peças estão expostas e à venda. Caso para dizer que aqui, a tradição ainda é o que era.

9. Mosteiro de Castro de Avelãs

São incertas e ainda envolvidas em lenda, as origens do Mosteiro de S. Salvador de Castro de Avelãs. Seguramente documentado a partir do século XII, encontra-se ligado à importante linhagem dos Braganções – seus padroeiros – que desde os finais do século anterior imperam na região de Bragança que entretanto se integra no espaço nacional.

D. Afonso Henriques e os seus sucessores confirmam várias doações ao cenóbio beneditino que durante os séculos XIII e XIV se converte no principal mosteiro de Trás-os-Montes. Durante o século XIII é edificada a igreja de que resta, actualmente, apenas a cabeceira, principal exemplar da arquitectura românica em ladrilho em território nacional. Possuidor de um vasto património distribuído por todo o Nordeste Transmontano, o mosteiro acaba por ser extinto por bula papal, em 1545, e as suas rendas anexadas à, então recém criada, Diocese de Miranda do Douro.

10. Basílica do Santo Cristo de Outeiro

Igreja classificada como monumento nacional em 1927. Trata-se de um templo do século XVII, cuja construção se associa à necessidade de afirmação do país enquanto nação independente de Espanha. A sua origem foi um pequeno templo, votado ao abandono, até que a 26 de Abril de 1698 se terá dado um milagre: o Santo Cristo terá então suado sangue, conforme inscrição existente na igreja. Depressa se espalhou a notícia e a primeira pedra para um santuário foi lançada entre 1725 e 1739. Ao longo do século XVIII assumiu importância enquanto lugar de peregrinação.

O edifício é composto por templo com planta em cruz latina, sacristia e casa de arrumações. Destaca-se a sacristia com tecto apainelado com três dezenas de caixotões pintados com cenas da vida de Cristo, executados em 1768 por Damião Bustamante oriundo de Valladolid, e paredes igualmente revestidas de pintura sobre tela. A 8 de Novembro de 2014 foi concedido o título de Basílica de S. Cristo de Outeiro à igreja – Santuário do Santo Cristo de Outeiro, tornando-a na única Basílica do país que está localizada numa aldeia.

11. Igreja de Santa Maria

Situada intra-muros da Cidadela de Bragança, foi edificada no séc. XVII e também é conhecida como Igreja de Nossa Senhora do Sardão. Este nome deve-se a uma lenda existente em que, após a expulsão dos Muçulmanos, esta foi descoberta entre penhascos povoados por sardões, sobranceiros aos rios Fervença e Sabor.

Considerada com a igreja mais velha de Bragança, a igreja de estilo românica foi, durante dois séculos, modificada, tendo resultado num estilo Barroco. A fachada apresenta um portal barroco ricamente decorada com duas colunas salomónicas decoradas por folhas de vides e cachos encimado por um frontão interrompido por um nicho. O seu interior é formado por três naves separadas por colunas poligonais, que sustentam os arcos e uma pintura cenográfica, na cobertura do corpo da Igreja, representando a Assunção da Virgem.

12. Sé Velha de Bragança

Com um início um tanto atribulado, a igreja que funcionou como Sé Catedral foi inicialmente projectada para, com o desejo do povo e do 5º Duque de Bragança, D. Teodósio, construir um Convento da Ordem das Clarissas. Estando numa fase de conclusão, este foi entregue, em 1561, à Companhia de Jesus que o transformou num colégio Jesuítico. Este colégio durante duzentos anos foi alvo de um nível cultural e religioso, acabando por receber a título universitário os cursos de Teologia, Filosofia e Humanidades.

Com a expulsão da Companhia de Jesus de Portugal, o edifício foi entregue à diocese de Miranda do Douro. Estes, achando que o edifício não tinha dimensões para Sé, mandaram assim acrescentar um novo edifício. Com estes aproveitamentos e aumentos, a porta principal da igreja encontra-se na parte lateral, sob um estilo Renascentista, acolhendo no tímpano um nicho com a imagem de Nossa Senhora com o Menino.

Vortex Magazine

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