História
Caçarelhos para além da sua antiguidade é uma aldeia cheia de histórias para contar, relativas ao culto, à monarquia, à guerra, à luta pela sua sobrevivência, sua vincada religião, à construção e reconstrução, enfim uma aldeia com gente firme, guerreira e de amor pela sua terra. Muitos são os autores que escreveram sobre esta admirável aldeia, a par dos investigadores, sendo que alguns consideram que Caçarelhos teve origem num castro que terá existido no lugar de Castrilhouços.
Revela a história que Paio Fernandes, em 1217 terá vendido metade da aldeia de Caçarelhos ao Mosteiro de São Martinho da Castanheira, em terras de Senábria, na vizinha Espanha. Pensa-se que alguns fidalgos leoneses, no século XII, foram encarregados de povoar este território, que se encontrava, na época despovoado, apesar de se colocar a hipótese de ter existido presença humana, anteriormente, na região. A longevidade da paróquia de Caçarelhos data do arrolamento de 1320, ordenado por D. Dinis, onde consta a Paróquia de Caçarelhos, taxada em 20 libras, o que, na época, era uma quantia considerável. O abade era da apresentação do bispo de Miranda do Douro e tinha de rendimento anual 650 mil réis. No judicial era governada por um por um juíz vintaneiro sob a jurisdição da câmara de Miranda. Em 1624, Manuel Pires foi administrador de um morgadio em Caçarelhos, que lhe havia sido deixado em testamento por André de Fresnos. No período da Restauração (6 de Outubro de 1641), a freguesia foi incendiada e saqueada pelos Castelhanos.
No arquivo da Câmara de Vimioso, em 1946 foram consultados documentos que se referem à construção da ponte de Caçarelhos que terá tido início em Setembro de 1853, isto quer dizer que esta ponte terá levado 53 anos a ser construída. Gentes de Caçarelhos terão participado na Grande Guerra de 1914 – 1918 os soldados: António Maria Preto, Francisco Manuel Formariz, Francisco A. Martins, segundo sargento, e José Maria Domingues. Há também várias disposições referentes à existência de um Hospital. Em 1623, deixado em testamento por Andrés de Fresno com propriedades vinculadas em morgadio para funcionamento desta benemérita instituição. Memórias Arqueológico-Histórias do Distrito de Bragança, Tomo IV, págs. 673 e 674. a pag. 81 refere-se ao incêndio e saqueio, atrás referido.
Desde o início do século XX, Caçarelhos sofreu uma grande depressão populacional devido à emigração, principalmente para o Brasil (especialmente São Paulo), Espanha (Sevilha) e França.
Até recentemente, em Caçarelhos falava-se o mirandês, hoje considerado praticamente extinto na aldeia.
Economia
Aldeia que vive da agricultura e pecuária, exploração de granitos e pequeno comércio, com monumentos únicos que é o caso do seu Cruzeiro em granito, situado a meio da povoação, bem como as suas casas tipicamente transmontanas construídas essencialmente em granito e xisto. Nesta bela aldeia, alem de uma casa de Turismo Rural, encontra-se também um parque de merendas, um Polidesportivo recentemente inaugurado, ambos situados logo à entrada da povoação, existindo também um supermercado e dois cafés.
•Feira: dia 19 de cada mês
•Feira do Pão: todos os anos, no Domingo de Ramos
Festas e romarias
•Festas em honra de Santa Luzia (Setembro)
•Festa de Nossa Senhora da Assunção (15 de Agosto)
Património
•Igreja Paroquial de Caçarelhos, adro e escadaria de acesso
•Cruzeiro em granito lavrado e com valor arquitectónico
•Os Cabanais, construídos em granito
•Capela de Santo Cristo ou Capela de São Bartolomeu
•Capela de Santa Luzia, a cerca de 2Km da freguesia
•Capela de São José ou da Sagrada Família
Bibliografia
•ALVES, Francisco Manuel (Abade de Baçal)
•AMADO, Adrão Martins, VIMIOSO NOTAS MONOGRÁFICAS, Publicação da Junta Distrital de Bragança, Coimbra Editora, 1968 – pags. 131 a 132.
Ligações externas
•Blog sobre Caçarelhos, de Cristóvão Machado
•Site sobre Caçarelhos, de Luís Martins
•Site da Câmara Municipal de Vimioso
Um grande documento sobre as raízes, história, costumes e carácter das gentes de Vimioso.
ResponderEliminarPreciosos para quem quer conhecer mais que simples imagens.
Faltou referir que aqui se situou o comendador, depois deputado da obra de Camilo Castelo Branco "A queda de um Anjo".
alguém saberia dizer sobra a família mondragao?
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