Moinho do Bleu em Outeiro - Bragança Quanto custa recuperar este património? Trocos meus amigos...trocos. Foto de Paulo Rodrigues |
Destes engenhos, interessam-nos particularmente os de roda horizontal, bem adaptados ao regime torrencial dos ribeiros de montanha, que quase secam no estio. Por isso mesmo a sua actividade anual se reduzia a pouco mais que os meses de Inverno. Eram estes moinhos os mais correntes na Terra Fria Transmontana, utilizados na moagem do cereal (centeio, trigo e milho) havendo outros, semelhantes mas muito mais raros, usados na fiação do linho e na serração de madeira.
Estes moinhos de roda horizontal são de rodízio, com penais não ocorrendo nesta região os de sistema de turbina por rodete submerso.
O edifício, de pequena dimensão, não ultrapassando 5 x 7 metros, é constituído por paredes muito resistentes em alvenaria de xisto ou granito, conforme a natureza geológica do local e com cobertura de duas águas geralmente em lajetas de lousa ou com tosco telhado. Localiza-se nas margens ou pelo menos na proximidade das linhas de água de forte caudal, onde é possível criar um açude, que alimenta uma levada que o vai accionar.
O engenho motor - o rodízio - é uma roda horizontal (cabaço) com cerca de dois metros de diâmetro, que tem inserida uma numerosa série (geralmente 20) de palas côncavas (penas) centrada num eixo vertical (pela ou árvore). A água da levada, repuxada em jacto por um orifício do cubo, é dirigida contra as penas fazendo rodar o rodízio e a pela, que está solidária com a mó e lhe transmite o movimento.
Os moinhos de roda vertical ou azenhas, muito mais raros na Terra Fria Transmontana, são constituídos por uma grande roda vertical de duplo aro lateral, enquadrando palas que são propulsionadas pela corrente da levada, fazendo-a girar e transmitindo esse movimento às mós.
A disposição no interior do edificio reserva o sobrado à moagem propriamente dita, sendo o exíguo espaço quase todo ocupado pelas mós ou pedras (pouso e andadeira), pela tremoia e a sua sustentação, onde se acumula o grão, pelo aliviadouro, que comanda a engrenagem do rodízio e pelo pejadouro, que controla a saída da água do cubo (ou canal). O nível subjacente ao sobrado, geralmente conhecido por cabouco, inferno ou aguadouro insere todo o mecanismo do rodízio e conduz a água.
Não vão muitos anos que se viam ainda na Terra Fria Transmontana bastantes moinhos em plena actividade. A maioria deles eram designados "Moinhos do Povo" e pertenciam à população de cada uma das aldeias, sendo geridos e mantidos pela comunidade local e utilizados à vez de acordo com o regulamento aprovado pelo Concelho do Povo. Cada aldeia, conforme a sua dimensão e produção, tinha um, dois ou três moinhos junto às ribeiras mais próximas quando o seu regime hídrico se ajustava convenientemente e, em regra, não muito longe.
Num levantamento levado a efeito em 1979 pelo Centro de Estágio de Educação Visual da Escola Preparatória de Bragança identificaram-se, só neste concelho, 77 moinhos em laboração e muitos já desactivados, alguns até em ruínas. Hoje a situação é muito mais gravosa, tendo sido possível registar na mesma área apenas 54 e, ao que se crê, todos eles inactivos ou com alguma actividade não regular. O estado de conservação é, na generalidade, mau ou mesmo de ruína.
Na Terra Fria Transmontana a maioria dos moinhos de água localizam-se na rede de afluentes e subafluentes do Sabor e do Tuela, com maior concentração a norte da cidade de Bragança. No sul desta região são praticamente inexistentes, registando-se alguns perto de Izeda, na Ribeira de Vilalva.
in:rotadaterrafria.com
Estes moinhos de roda horizontal são de rodízio, com penais não ocorrendo nesta região os de sistema de turbina por rodete submerso.
O edifício, de pequena dimensão, não ultrapassando 5 x 7 metros, é constituído por paredes muito resistentes em alvenaria de xisto ou granito, conforme a natureza geológica do local e com cobertura de duas águas geralmente em lajetas de lousa ou com tosco telhado. Localiza-se nas margens ou pelo menos na proximidade das linhas de água de forte caudal, onde é possível criar um açude, que alimenta uma levada que o vai accionar.
Moinho de àgua de Vale da Cile em Outeiro-Bragança Foto de Paulo Rodrigues |
Os moinhos de roda vertical ou azenhas, muito mais raros na Terra Fria Transmontana, são constituídos por uma grande roda vertical de duplo aro lateral, enquadrando palas que são propulsionadas pela corrente da levada, fazendo-a girar e transmitindo esse movimento às mós.
A disposição no interior do edificio reserva o sobrado à moagem propriamente dita, sendo o exíguo espaço quase todo ocupado pelas mós ou pedras (pouso e andadeira), pela tremoia e a sua sustentação, onde se acumula o grão, pelo aliviadouro, que comanda a engrenagem do rodízio e pelo pejadouro, que controla a saída da água do cubo (ou canal). O nível subjacente ao sobrado, geralmente conhecido por cabouco, inferno ou aguadouro insere todo o mecanismo do rodízio e conduz a água.
Interior do Moinho do Bleu - Outeiro-Bragança |
Num levantamento levado a efeito em 1979 pelo Centro de Estágio de Educação Visual da Escola Preparatória de Bragança identificaram-se, só neste concelho, 77 moinhos em laboração e muitos já desactivados, alguns até em ruínas. Hoje a situação é muito mais gravosa, tendo sido possível registar na mesma área apenas 54 e, ao que se crê, todos eles inactivos ou com alguma actividade não regular. O estado de conservação é, na generalidade, mau ou mesmo de ruína.
Na Terra Fria Transmontana a maioria dos moinhos de água localizam-se na rede de afluentes e subafluentes do Sabor e do Tuela, com maior concentração a norte da cidade de Bragança. No sul desta região são praticamente inexistentes, registando-se alguns perto de Izeda, na Ribeira de Vilalva.
in:rotadaterrafria.com
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