Na maior parte do restante território as máximas médias da temperatura do ar situam-se entre os 16 e os 18ºC e as mínimas médias entre os 6 e os 7ºC.
A Sul do Vimioso, nas vertentes do Sabor e do Maçãs, superam-se em média os 20ºC de máxima. Apenas em pequena área no limite Sul de Vinhais, no vale do Tuela, e numa área maior acompanhando os vales do Maçnhoãs até Vimioso e do Sabor e Fervença até pouco a montante da sua confluência, a mínima excede os 7ºC de média anual (Gonçalves, 1991).
No Verão são comuns máximas médias de 27 a 29ºC e no Inverno de 7 a 9ºC, com um padrão de variação espacial semelhante ao das temperaturas médias. Nas áreas mais frescas de altitude as máximas médias de Verão não ultrapassam os 22ºC. A mínima, na região, não chega em média a 1ºC no mês mais frio do ano (Janeiro), permanecendo abaixo dos 2º-3ºC por todo o Inverno. Apenas se registam mínimas médias superiores a 10ºC no período de Verão (Junho a Setembro). Os rigores invernais são mais marcados em altitude, com Montesinho a registar temperaturas mínimas negativas em Janeiro e Fevereiro (-1,2ºC em Janeiro) (INMG, 1991; Gonçalves, 1991).
No período estival as temperaturas máximas diárias são frequentemente superiores a 25ºC, somando 45 a 50 dias nos meses de Julho e Agosto, do total de 75 a 85 que se registam em média no ano com essas condições (valores que se referem à faixa de altitudes dominante na região - os planaltos).
Naturalmente que nas zonas de maior altitude esses valores descerão na mesma proporção que as respectivas temperaturas média e máxima (INMG, 1991).
A amplitude térmica diária média no ano situa-se em torno dos 10ºC, o que é por si revelador do carácter continental do território. Valores mais elevados encontram-se a Leste, com o acentuar deste efeito, o qual é atenuado nas zonas de maior cota. O efeito da continentalidade (da ibericidade, no dizer dos fitogeógrafos) é ainda mais claro no Verão, estação em que a amplitude diária da temperatura do ar excede os 15ºC na zona oriental, no mês mais quente. Na zona central e ocidental, e muito especialmente em altitude, aquele valor não é atingido. A amplitude média diária de Inverno ronda genericamente os 7ºC (INMG, 1991; Gonçalves, 1991).
Os registos extremos de temperatura do ar, no período de 1951-1980, nas duas estações meteorológicas de referência da Terra Fria Transmontana, foram de 37,2ºC e 38,8ºC, em Bragança e Miranda do Douro, respectivamente. As mínimas absolutas nessas estações atingiram os valores notáveis de -11,4 e de -12,3, respectivamente. Todavia, uma máxima absoluta de 39,5ºC e uma mínima absoluta de -12ºC, foram registadas em Bragança no vinténio de 1931-1950 (INMG, 1991; SMN, 1971).
Os máximos de temperatura e sua distribuição temporal contribuem, eventualmente mais até do que outros parâmetros climáticos, para identificar este território, distinguindo-o, em Trás-os-Montes, da Terra Quente (Gonçalves, 1991a). Os fortíssimos calores de Verão, típicos desta, são atenuados aqui, nos espaços abertos dos planaltos, com a montanha ao pé ou com vegetação mais densa nas zonas central e ocidental. O período do ano no qual ocorrem mais frequentemente temperaturas máximas diárias superiores a 25ºC é, por outro lado, substancialmente menor na Terra Fria, onde se concentra nos meses de Junho a Setembro. Outro dos traços distintivos da Terra Fria é a limitada duração das estações de transição, aspecto evidenciado pela quase coincidência entre os meses com temperatura média das máximas superior a 25ºC, média das mínimas superior a 10ºC e nula ocorrência de mínimas negativas - situação que, pelo significado prático destes limiares térmicos na percepção do estado do tempo, demarca claramente o Verão da "estação fria".
in:rotaterrafria.com
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