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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

A Temperatura na Terra Fria Transmontana

As temperaturas máxima e mínima média anual seguem genericamente os padrões de variação espacial e estacional já descritos. Deste modo, a isoterma máxima média dos 16ºC, bem como a mínima média de 6ºC, demarcam claramente as zonas mais altas e frias, em correspondência com o triângulo definido pelas serras de Nogueira, Coroa e Montesinho, prolongado para Oeste (Pinheiros) e para Leste (Rio de Onor) destes maciços, no limite setentrional do território. Nas montanhas referidas a média anual das temperaturas máximas não ultrapassa os 14ºC (Montesinho, 12,3ºC).
Na maior parte do restante território as máximas médias da temperatura do ar situam-se entre os 16 e os 18ºC e as mínimas médias entre os 6 e os 7ºC.
A Sul do Vimioso, nas vertentes do Sabor e do Maçãs, superam-se em média os 20ºC de máxima. Apenas em pequena área no limite Sul de Vinhais, no vale do Tuela, e numa área maior acompanhando os vales do Maçnhoãs até Vimioso e do Sabor e Fervença até pouco a montante da sua confluência, a mínima excede os 7ºC de média anual (Gonçalves, 1991).
No Verão são comuns máximas médias de 27 a 29ºC e no Inverno de 7 a 9ºC, com um padrão de variação espacial semelhante ao das temperaturas médias. Nas áreas mais frescas de altitude as máximas médias de Verão não ultrapassam os 22ºC. A mínima, na região, não chega em média a 1ºC no mês mais frio do ano (Janeiro), permanecendo abaixo dos 2º-3ºC por todo o Inverno. Apenas se registam mínimas médias superiores a 10ºC no período de Verão (Junho a Setembro). Os rigores invernais são mais marcados em altitude, com Montesinho a registar temperaturas mínimas negativas em Janeiro e Fevereiro (-1,2ºC em Janeiro) (INMG, 1991; Gonçalves, 1991).
No período estival as temperaturas máximas diárias são frequentemente superiores a 25ºC, somando 45 a 50 dias nos meses de Julho e Agosto, do total de 75 a 85 que se registam em média no ano com essas condições (valores que se referem à faixa de altitudes dominante na região - os planaltos).
Naturalmente que nas zonas de maior altitude esses valores descerão na mesma proporção que as respectivas temperaturas média e máxima (INMG, 1991).
A amplitude térmica diária média no ano situa-se em torno dos 10ºC, o que é por si revelador do carácter continental do território. Valores mais elevados encontram-se a Leste, com o acentuar deste efeito, o qual é atenuado nas zonas de maior cota. O efeito da continentalidade (da ibericidade, no dizer dos fitogeógrafos) é ainda mais claro no Verão, estação em que a amplitude diária da temperatura do ar excede os 15ºC na zona oriental, no mês mais quente. Na zona central e ocidental, e muito especialmente em altitude, aquele valor não é atingido. A amplitude média diária de Inverno ronda genericamente os 7ºC (INMG, 1991; Gonçalves, 1991).
Os registos extremos de temperatura do ar, no período de 1951-1980, nas duas estações meteorológicas de referência da Terra Fria Transmontana, foram de 37,2ºC e 38,8ºC, em Bragança e Miranda do Douro, respectivamente. As mínimas absolutas nessas estações atingiram os valores notáveis de -11,4 e de -12,3, respectivamente. Todavia, uma máxima absoluta de 39,5ºC e uma mínima absoluta de -12ºC, foram registadas em Bragança no vinténio de 1931-1950 (INMG, 1991; SMN, 1971).
Os máximos de temperatura e sua distribuição temporal contribuem, eventualmente mais até do que outros parâmetros climáticos, para identificar este território, distinguindo-o, em Trás-os-Montes, da Terra Quente (Gonçalves, 1991a). Os fortíssimos calores de Verão, típicos desta, são atenuados aqui, nos espaços abertos dos planaltos, com a montanha ao pé ou com vegetação mais densa nas zonas central e ocidental. O período do ano no qual ocorrem mais frequentemente temperaturas máximas diárias superiores a 25ºC é, por outro lado, substancialmente menor na Terra Fria, onde se concentra nos meses de Junho a Setembro. Outro dos traços distintivos da Terra Fria é a limitada duração das estações de transição, aspecto evidenciado pela quase coincidência entre os meses com temperatura média das máximas superior a 25ºC, média das mínimas superior a 10ºC e nula ocorrência de mínimas negativas - situação que, pelo significado prático destes limiares térmicos na percepção do estado do tempo, demarca claramente o Verão da "estação fria".

in:rotaterrafria.com

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