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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Construções Comunitárias na Terra Fria Transmontana

Pombais em Santulhão
No quadro da arquitectura castiça cabem as construções de utilidade comum e que, na totalidade das nossas aldeias, continuam activas. Sem reclamarem investimentos significativos, pertencem a este grupo os pombais, as forjas, já raras, os fornos de pão e os moinhos de água.
Em muitas das encostas abrigadas da Terra Fria, pela peculiar configuração, sobressaiem os pombais. Actualmente em acelerado processo de ruína, desempenharam, num tempo não muito distante, um importante papel na economia doméstica dos seus donos.
Registando-se casos de plantas circulares e elípticos, a grande maioria apresenta uma configuração em ferradura, fechada por uma parede plana. Nesta, em cota elevada, rasgava-se uma pequena abertura para acesso ao interior, onde na espessura dos muros, construídos de pedra e barro, se deixavam alguns espaços vazios para as aves poderem fazer as criações. Exteriormente, com finalidades estéticas, profiláticas e para se impedirem as infiltrações pluviais nas paredes, os pombais são sempre caiados de branco. Para as coberturas, de uma só água, preferiu-se a lousa, material também muito usado nas habitações domésticas.
Os fornos de pão e os moinhos também podiam ser construídos por particulares que se assumiam como legítimos proprietários. Mas em relação aos comunitários não se registam diferenças assinaláveis porque a vontade mobilizadora nunca é a construção, antes o que ela abriga, a câmara de combustão, no primeiro caso, e, no segundo caso, o mecanismo de moer o pão. Mas para que o rodízio pudesse girar era preciso assegurar previamente a execução de esforçados trabalhos hidráulicos para que a água pudesse subir a cotas mais elevadas e ser conduzida à caneleia.
A um enquadramento diferente pertencem os fornos de cal que só se justificavam em terras próximas de afloramentos calcários. Em Santo Adrião, Soeira (castro da Caleira), Dine, Cova de Lua, S. Pedro (Bragança), potenciou-se a sua exploração sendo por isso necessário construir os fornos de cal, agora inactivos e em acelerada degradação.
Em Pinela, ainda não há muito tempo que uma oleira activava o forno para abastecer a Feira das Cantarinhas que se realiza anualmente (3 de Maio) em Bragança. Mas a circunstância de ser já muito pequeno o número de pessoas com prática desta arte faz perigar a continuidade do fabrico. Desta forma, o esfriamento do forno de Pinela pode expressar o início de uma situação muito difícil, semelhante à dos fornos de Parada e Paredes, unidades de que se perdeu a memória. Não obstante, em meados do século XIX, abasteciam de louça a cidade de Bragança e as aldeias das suas redondezas.
Sobremaneira, ao património arqueológico-industrial interessam também as instalações, equipamentos e outras memórias relacionadas com diversos complexos mineiros como os de Argozelo e de Nuzedo de Baixo/Ervedosa. Nestas paragens, as maravilhas paisagísticas que o vale e margens do Tuela nos oferecem , só por si, justificam uma demorada visita.
Em Caçarelhos há uma estrutura longitudianal muito personalizada. Na verdade, trata-se de uma construção de escassa largura que se caracteriza por ser rasgada uma das faces correspondentes ao seu acentuado comprimento. Na parede oposta e na totalidade do seu plano, debaixo de telha, ressaltam do muro algumas mísulas que, pela regularidade da sua disposição, definem duas linhas paralelas. Podendo funcionar como suportes para tábuas ou pequenos barrotes que permitiam a construção de efémeros mostruários onde se alinhavam os artigos para venda ao público nos dias de feira. Portanto, na concepção deste recinto pesaram a finalidade comercial, as vantagens e necessidade de se organizarem os comerciantes, ao mesmo tempo que se oferecia protecção às mercadorias. Organização dos vendedores porque as mísulas seccionam a área e definem talhões. Protecção dos artigos vendáveis pelo plano do balcão que corria de um lado ao outro e pela cobertura, seguro abrigo nos dias de chuva e de sol excessivo.
Coberturas arcaicas de uma água ainda podem observar-se nas adegas de Sangemil. São construções de planta rectangular, térreas e com entradas anchas que se organizam em banda contínua e formam um conjunto de grande individualidade, o Bairro das Adegas. Realidade semelhante encontra-se em Vilar de Lomba. Porém, nesta povoação, a fusão deste bairro com o restante casario é menor. Curiosamente, em Passos, o bairro das adegas é apelidado como o Bairro da Alegria.

in:rotaterrafria.com

1 comentário:

  1. INFLUÊNCIA DO AMBIENTE NA A.M.L. (ÁREA METROPOLITANA DE LISBOA) SOBRE A SELECÇÃO DA PEDRA CALCÁRIA DE LIOZ
    Descrição no livro:
    O presente estudo, resulta da adaptação de uma tese de mestrado, apresentada junto da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, no âmbito do Curso de Mestrado em Tecnologia da Arquitectura e Qualidade Ambiental, realizado entre 1993 a 1994. Visa essencialmente determinar os motivos históricos, compreendidos no período da alimentação da economia Portuguesa, pelo ouro derivado da colónia do Brasil, e viabilidade funcional no uso, que levaram à preferência na adopção da pedra calcária de lioz, para fazer face às características do ambiente na A.M.L. (Área Metropolitana de Lisboa), aponta similarmente precauções a ter na sua utilização e aplicação construtiva. Tendo como base a selecção de quatro localidades para amostras, expostas ao mar, interior urbano e rural, identificando as patologias e razões do seu desenvolvimento, fornecendo também indicações para as contrariar. Finalizando com o estabelecimento de um nível de ponderação de importância a dar, nas suas propriedades físicas e químicas, no sentido de proporcionar um método de selecção deste tipo de pedra, na substituição em edifícios existentes, tirando proveito desses parâmetros para servirem ao mesmo tempo, na selecção da pedra calcária de lioz, na construção de novos edifícios.



    Edifícios analisados: Palácio Ratton em Lisboa, Torreão Oriental da Praça do Comércio em Lisboa, Igreja de Nossa Senhora da Consolação em Arrentela e Igreja da Nossa Senhora do Monte Sião em Amora.

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