A subconcessão da Autoestrada Transmontana, que liga Vila Real a Bragança, corresponde à continuação da A4, do Porto até à fronteira
A Comissão de Utentes da A4 agendou para 27 de junho, em Macedo de Cavaleiros, uma jornada de protesto, que inclui um buzinão e o lançamento de uma petição, contra a introdução de portagens na Autoestrada Transmontana.
O protesto está marcado para a rotunda junto ao recinto da feira de São Pedro, na véspera de inauguração do certame, e os organizadores esperam a adesão da população, autarcas, empresários e outros agentes locais, como afirmou hoje à Lusa Pedro Moz, da Comissão de Utentes.
De acordo com este elemento da comissão criada no distrito de Bragança, naquela data será colocada uma tarja com frases de protesto, pedido à população para que buzine e será lançada uma petição a reivindicar que a medida seja travada, argumentando que “uma via portajada é atrasar Trás-os-Montes”.
A subconcessão da Autoestrada Transmontana, que liga Vila Real a Bragança, corresponde à continuação da A4, do Porto até à fronteira.
A via foi construída em regime de Parceria Público Privada e abriu ao tráfego em toda a extensão há menos de um ano.
O contrato de concessão não previa portagens, exceto nas variantes das cidades de Bragança e Vila Real, por terem como alternativa o antigo IP4, sobre o qual, na maior parte do restante troço foi construída a autoestrada.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, confirmou recentemente em Bragança que vão ser introduzidas portagens nos cerca de 130 quilómetros, o que gerou protestos sobretudo de autarcas, com o presidente da Câmara de Mirandela, o social-democrata António Branco, a ameaçar portajar o acesso alternativo no seu concelho para mostrar que não existe alternativa à autoestrada.
A Comissão de Utentes da A4 subscreve o argumento, realçando que “a inexistência de alternativas, a par dos indicadores dos indicadores económicos da região abaixo da média nacional, são um fator de peso a considerar, assim como o facto de a A4 não ter em termos técnicos perfil de autoestrada”.
“A introdução de portagens aumentará de forma significativa os custos de deslocação que, direta ou indiretamente, afeta toda a atividade da região”, sustentam os contestatários, vincando que “a intenção manifestada pelo Governo vem contribuir para agravar todos os problemas com que a região se confronta”.
A Comissão de Utentes da A4 lembra ainda que, nos últimos dez anos, o Distrito de Bragança centenas de escolas, dezenas de serviços públicos, aumentar o desemprego e a emigração, retirarem a ligação aérea a Lisboa, encerrar centenas de empresas e acabarem com os apoios à interioridade”.
“Estas medidas, além de acentuarem a desertificação e o despovoamento da região tornam a população mais dependente das vias rodoviárias para aceder aos serviços públicos, cada vez mais concentrados na sede de distrito”, reiteram.
A comissão, que já tinha organizado um protesto, em 2013, em Bragança, considera que a luta contra as portagens “não está perdida” e apela a todos aqueles que são afetados por esta medida para se juntarem à jornada de luta do dia 27 de junho.
Lusa
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