O padre António Fontes impulsiona há 30 edições o Congresso de Vilar de Perdizes, um evento que se tornou um "motor de progresso" e ajudou a desenvolver a hotelaria, a restauração e o turismo em Montalegre.
O congresso quis dar a conhecer "o valor da medicina popular e o poder das plantas para combater doenças", mas, para além desse objetivo, tornou-se também numa oportunidade de negócio para a hotelaria, restauração, comércio e uma atração turística deste município do distrito de Vila Real.
"O padre Fontes é a alma de tudo isto, é o pai do congresso", afirmou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves.
O autarca frisou que "o congresso é motor de desenvolvimento, é motor de progresso".
Referiu ainda que o evento "representa muito" para o concelho, porque atrai "milhares de pessoas" nos dias em que se realiza, entre hoje e domingo, mas também "pelas dinâmicas subsequentes" que ocorrem ao longo de todo o ano.
"São milhares de pessoas que lhe batem à porta e há gente que aqui dorme, que se alimenta no território e que dá vida às ruas desta localidade", frisou o presidente.
O autarca classificou ainda este congresso como o "pai e a mãe das sextas-feiras 13", um evento que atrai milhares de pessoas ao concelho.
Orlando Alves disse que Montalegre soube aproveitar "esta âncora" e implementou outras iniciativas como a Feira do Fumeiro, que hoje tem uma grande projeção mediática e ajuda a revitalizar o tecido económico".
"Há 30 anos havia no concelho duas ou três pensões, com capacidade para 20 ou 30 pessoas, hoje há uma capacidade instalada de 400 camas, muito turismo rural, qualificado e com taxas de ocupação muito simpáticas", frisou.
Nestas últimas décadas, abriram também vários restaurantes e espaços comerciais espalhadas pelo concelho e há novos projetos em curso.
Ana Martins tem um restaurante no centro de Vilar de Perdizes e disse à Lusa que, após o arranque do congresso, a localidade "começou a ser conhecida" e aqui "começaram a chegar mais pessoas".
"Ajuda a atrair visitantes mesmo após os dias em que decorre o evento. Ao longo dos anos foi uma mais-valia para o comércio e para a freguesia. Foi o congresso quem nos deu o nome", afirmou a proprietária.
Desde 1983, ano em que decorreu a primeira edição, que a iniciativa ajudou também a criar pequenos negócios para as gentes da aldeia. Há quem venda chás, bálsamos, arruda para a inveja e ainda compotas e bolinhos de coco e castanha.
O evento continua a girar em torno da figura do padre Fontes, mas a organização está agora a cargo da Associação de Defesa do Património de Vilar de Perdizes, que conta com o apoio da Câmara Municipal.
Paralelamente ao congresso, decorre uma feira de produtos locais, desde o artesanato aos produtos agrícolas, compotas ou as mais diversas ervas e chás de plantas recolhidas nas serras e vales do Barroso.
Agência Lusa
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