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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

A INVENÇÃO DE TRÁS-OS-MONTES

Custa a acreditar mas é verdade: para os machuchos políticos Trás-os-Montes não existe. Não passa de uma invenção, que o mesmo é dizer de um mito, de uma fantasia, de uma lenda. É produto malsão de sentimentos e tradições cantadas e decantadas por poetas e emigrantes saudosistas transtornados pelo isolamento secular que preservou estranhos usos e costumes sustentáculos de uma fictícia identidade sem relevância nacional.

É por isso que Trás-os-Montes é sistematicamente tratado com mentiras e desdém.

Muitos transmontanos ainda acalentaram a esperança de que Trás-os-Montes, na proposta de regionalização que foi rejeitada no referendo de 1998, pudesse converter-se numa região administrativa. Foi toca donde não saiu lebre ou raposa, porém, pelo que a caça continua a monte.

Assim sendo, Trás-os-Montes é uma coutada livre, uma pobre província, berço do maior número de emigrantes do país e que mais sofre com o desgraçado despovoamento que afecta a maior parte do território nacional.

Uma província mal-amada, maltratada, abandonada, desprezada. Uma mãe que não merece os filhos que tem, (que me perdoem Torga e outros que tais e tão raros eles são), residentes ou ausentes, legítimos ou enteados. Principalmente os deputados, os autarcas e os muitos transmontanos ingratos que nos últimos anos tomaram poiso nos governos da Nação.

Uma pobre província, não uma província pobre, note-se bem, como melhor falam os seus vales e montanhas, os seus recursos humanos, hídricos, agrícolas, minerais e as suas potencialidades turísticas.

Tudo isto é revoltante mas é a triste verdade do presente. Quem não acreditar que leia o artigo intitulado “Se ainda não sabe onde fica o interior do país, nós dizemos-lhe”, que o jornal Expresso publicou na sua edição do dia 2/11/2018 que revela dados altamente significantes sobre o estado do país.

Ficará a saber, se ainda o não sabe, que em dois terços do território continental vivem apenas 20% (um quinto) dos habitantes do país. Esse é o tal “interior”. Território a mais, certamente, para os nossos sábios governantes que só se contentarão quando não houver gente a lá morar.

Dados elaborados pela Associação Nacional de Municípios e ratificados pelo Governo em 13 de julho de 2017, (continuo a citar o Jornal Expresso), quando ainda não tinha passado um mês sobre os incêndios dramáticos de Pedrógão e ninguém imaginava que a tragédia se haveria de repetir três meses mais tarde.

O mais chocante para os transmontanos, porém, será constatar que dos 1856 projetos de investimento aprovados para 159 concelhos do dito interior, apenas 142 projectos dizem respeito a Trás-os-Montes, orçando pouco mais de 190 milhões de euros, apenas 10% da verba destacada para o atrás citado interior que é de 1,9 mil milhões. A disparidade será, naturalmente, mais escandalosa ainda se compulsarmos este valor com o investimento público nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

De assinalar que, neste quadro, citando apenas os mais significativos, Bragança tem aprovados 35 projectos representando cerca de 72 milhões, o que é positivo, mas Chaves apenas 15, que recebem parcos 13 milhões, Vila Real 26 projectos com 10 milhões e Mirandela apenas 9 projectos cobertos pela módica quantia de 2,7 milhões, 27 vezes menos que Bragança, portanto.

Na cauda estão Vinhais com apenas 1 projecto que vale 201 mil euros, Boticas com 1 projecto também, que vale 19 mil euros e Freixo de Espada à Cinta com 1 projecto, também, valendo ridículos 10 mil euros. Alfândega da Fé e Vila Flor não têm projectos aprovados, vá-se lá saber porquê.

É este o Trás-os-Montes que os políticos patriotas que governam Portugal inventam a cada ano.

Não será que os deputados e autarcas transmontanos andam mansos demais?

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.



Henrique Pedro
in:jornalnordeste.com

2 comentários:

  1. Caro amigo concordo com a denúncia feita e é notória a razão que lhe assiste no comentário, mas discordo que esse problema tenha apenas razões de abandono pelos sucessivos governos.Há muita responsabilidade e culpa pela falta de reclamação e capacidade renvidicativa pelos edis e povo que governam , os mais audazes por necessidade fugiram e tratando-se de uma região pobre por ventura a mais pobre e atrasada do país sempre aqui se cantaram loas aos que delapidaram o pouco que cá havia, quém tirou o combóio? Qual a contrapartida? Quém se queixou? Sabe as vezes o peru parece ter a tentação de pelo Natal por.se a jeito e aqui com muita tacanhez a mistura sempre se foi importante sem importancia rico sem riqueza e culto sem cultura o que se traduziu neste resultado falta de massa crítica paga-se caro devemos criticar a centralidade mas deviamos ter cuidado em não destruir a região negando-lhe cultura educação massa crítica que pudesse e devesse ser ouvida e tida em consideração que por falta do que atrás disse ninguém ouve, mais acção e menos lamúria dariam melhores resultados note-se e atente-se desapaixonadamente o pouco que se fez que forças o fizeram!! é só analisar sem camiseta da ignorancia partidária que aqui ímpera numa visão pequena canhestra fossalisada de curtas vistas esses sim são o primeiro responsável da tacanhez deste povo que se automotila sem dó nem piedade-O problema começa comigo consigo com todos os trasmontanos de vistas curtas!

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