Mas não senhor. Puro engano por menor tempo, por algum tempo, e em certos casos no tempo todo. Quando muito, cada qual é o centro nuclear da pequena porção que vai dos seus olhos à ponta do seu nariz. Quer dizer, nem nisso, porque ás vezes até uns óculos ali temos de dependurar mesmo que infelizmente nem sempre permitam uma a visão global e necessária.
Daí que a História no revele que o ser humano, o único capaz de desenvolver e praticar o sentimento da solidariedade, seja frequentemente capaz também de se evidenciar como uma besta absolutamente pronta para praticar as maiores brutalidades nascidas no mais puro egoísmo.
Quando toca ao salve-se quem puder, apesar de vermos, ouvirmos e lermos, passamos a ignorar. Insanamente esquecemo-nos que quando levam os outros todos, ao nosso lado, no dia em que nos vierem buscar, não existirá alguém por perto para nos ajudar.
Esquece-nos que na cadeia que nos ata a todos os semelhantes, nós e os nossos nem sequer chegamos a ser um mero elo. Somos uma migalha de um conjunto de migalhas que perfazem um todo que não sendo tudo, é boa parte do meio em que vivemos para um dia vir a morrer, pois como se sabe, isto de se estar vivo, ainda um dia acaba mal.
No momento em que se me desenrola este escrito, pairam nuvens negras sobre o céu de toda a terra como se decorresse em pleno uma guerra total conta um inimigo desconhecido, microscópico, mas implacável que não olha a meios nem a condição. O estupor é plenamente democrático. Colhe a eito e a seu jeito.
Perante o danado só nos resta ter mil cuidados, confiar, não fazer ouvidos de mercador aos que as autoridades recomendam, ter calma e ter preocupação em relação aos que rodeiam. Sem exageros, com todo o sendo, com altruísmo e com otimismo que baste e se enquadre.
Contrariamente ao que possa parecer, na guerra, as melhores armas São a humildade e o discernimento para se separar o essencial do acessório, colocando preocupação naquilo que se pode influenciar diretamente e pondo de lado o que é fora de influência direta e/ ou individual.
Perante a tragédia anunciada que nos coube em sorte por estes dias, temos de ser grandes e inteiros, tendo a noção que estando na malha, podemos cair na calha da má sorte só porque estivemos no local e na hora errados com certa pessoa que por azar comum no instante não era a pessoa certa ainda que eventualmente a mais amiga.
Não somos o centro do mundo, ainda que sejamos todo um mundo para alguns. Podemos ajudar a salvar, mas podemos também ser fatais, pois somos todos mortais, mas tendemos a esquecer-nos. Tendemos.
Manuel Igreja
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