Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Não sou filólogo nem purista, nem sequer escritor. Limito-me a ser modesto cronista, e deixo fugir – para minha vergonha, – calinadas, que muito me desgostam.
Consolo-me, porém, ao reconhecer, que muita boa gente – de elevado grau académico, – incorre, também, em crassos erros de palmatória.
Vem o preâmbulo a propósito de escritores consagrados, reconhecidos pela crítica, como excelentes prosadores, que apresentam, involuntariamente, em romances e ensaios, graves erros gramaticais.
Escritores, soberbos estilistas, como foi o extraordinário Eça de Queiroz, pecaram e pecam por enxamearem as obras de: galicismos, anglicanismos e neologismo, inconcebíveis.
Acabo de folhear: “ Falar e Escrever”,vol. II de Cândido de Figueiredo, e deparo com a pergunta formulada por menina (senhora?) do Rio de Janeiro, dizendo que Eça escreveu nos “Maias” a frase: “gochemente dissimulado na sombra” e interroga sua opinião.
O conhecido filólogo, comenta:
“Se fosse apenas neologismo! Mas é um galicismo descarado e absolutamente inadmissível. Como advérbio de modo pressupõe o adjetivo goche, que nós não temos, não precisamos nem teremos, enquanto nos ufanarmos de falar português.
“ Não há ninguém que não admire o formoso talento do autor de “Os Maias”, e a imaginação, mas, realmente, se Lulu quer estudar a língua portuguesa, nos livros de Eça de Queirós, dou-lhe os meus sentimentos, porque nunca saberá”
O bom português encontra-se em escritores, como: Camilo e Castilho, e em numerosos e respeitados prosadores brasileiros e portugueses.
Acerca de Camilo, Vasco Botelho do Amaral, in: “Glossário Critico de Dificuldades da Língua Portuguesa” diz: “A linguagem de Camilo é riquíssima de valores expressivos (…) Em todas as páginas revela o Mestre o diligente estudo a que se consagrou, auscultando os dizeres das bocas populares e investigando nos clássicos, documentos ignorados, mas de inestimáveis riquezas idiomáticas. Junte-se a isso o extraordinário génio verbal e estilístico do escritor, e como resultado nos apresentará a admirável vernaculidade da língua de Camilo”
O português do Brasil, apesar de tentativas infrutíferas de “criarem” uma língua, e haver sofrido influência do tupi, quibundo e dialetos africanos, além de vocábulos de línguas europeias, continua, com alguns baldões, a ser respeitada pelos consagrados prosadores do Brasil.
Porém, bom seria – penso eu, – que neologismos importados, só fossem introduzidos, após escutarem os países de língua portuguesa.
É o caso, entre outros, dos telefones móveis: celular num, telemóvel noutro, se pretendemos, que os da Comunidade da Língua Portuguesa, se entendem entre si.
Consolo-me, porém, ao reconhecer, que muita boa gente – de elevado grau académico, – incorre, também, em crassos erros de palmatória.
Vem o preâmbulo a propósito de escritores consagrados, reconhecidos pela crítica, como excelentes prosadores, que apresentam, involuntariamente, em romances e ensaios, graves erros gramaticais.
Escritores, soberbos estilistas, como foi o extraordinário Eça de Queiroz, pecaram e pecam por enxamearem as obras de: galicismos, anglicanismos e neologismo, inconcebíveis.
Acabo de folhear: “ Falar e Escrever”,vol. II de Cândido de Figueiredo, e deparo com a pergunta formulada por menina (senhora?) do Rio de Janeiro, dizendo que Eça escreveu nos “Maias” a frase: “gochemente dissimulado na sombra” e interroga sua opinião.
O conhecido filólogo, comenta:
“Se fosse apenas neologismo! Mas é um galicismo descarado e absolutamente inadmissível. Como advérbio de modo pressupõe o adjetivo goche, que nós não temos, não precisamos nem teremos, enquanto nos ufanarmos de falar português.
“ Não há ninguém que não admire o formoso talento do autor de “Os Maias”, e a imaginação, mas, realmente, se Lulu quer estudar a língua portuguesa, nos livros de Eça de Queirós, dou-lhe os meus sentimentos, porque nunca saberá”
O bom português encontra-se em escritores, como: Camilo e Castilho, e em numerosos e respeitados prosadores brasileiros e portugueses.
Acerca de Camilo, Vasco Botelho do Amaral, in: “Glossário Critico de Dificuldades da Língua Portuguesa” diz: “A linguagem de Camilo é riquíssima de valores expressivos (…) Em todas as páginas revela o Mestre o diligente estudo a que se consagrou, auscultando os dizeres das bocas populares e investigando nos clássicos, documentos ignorados, mas de inestimáveis riquezas idiomáticas. Junte-se a isso o extraordinário génio verbal e estilístico do escritor, e como resultado nos apresentará a admirável vernaculidade da língua de Camilo”
O português do Brasil, apesar de tentativas infrutíferas de “criarem” uma língua, e haver sofrido influência do tupi, quibundo e dialetos africanos, além de vocábulos de línguas europeias, continua, com alguns baldões, a ser respeitada pelos consagrados prosadores do Brasil.
Porém, bom seria – penso eu, – que neologismos importados, só fossem introduzidos, após escutarem os países de língua portuguesa.
É o caso, entre outros, dos telefones móveis: celular num, telemóvel noutro, se pretendemos, que os da Comunidade da Língua Portuguesa, se entendem entre si.
Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".
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