Luís Ferreira, professor de história, explica que o livro surgiu a partir de um projecto que desenvolveu com os alunos na escola de Vinhais. “Comecei este livro com os meus alunos, era para eles desenvolverem a ideia. Eu era parte integrante da biblioteca da escola de Vinhais e tínhamos de programar actividades. Propus aos alunos de 11.º e 12.º anos que escrevêssemos um livro, e eles iam escrevendo uma página, eu ia rectificando e acrescentando. Eles acharam piada a isso, mas o certo é que ao final de algumas páginas aquilo acabou. Ainda tentei no ano seguinte continuar a ideia do livro, que se chamava inicialmente “Tio Valentim”. Eles desistiram e eu desisti, acabaram por parar o livro e eu escrevi outro, que editei há dois anos. Depois disso passar, resolvi voltar a pegar no livro e com outro título”.
Uma temática presente no livro é a desertificação nas aldeias do interior, sobre o qual o autor propõe uma reflexão. “E uma coisa para que chamo a atenção no livro, apesar de não ser evidente, mas está plasmado ao longo das páginas, é para a desertificação que se vive nas aldeias do interior de Trás-os-Montes, onde se luta, no fundo, por uma manutenção de pessoas e uma união. Digamos que é o estrebuchar de uma aldeia, onde o fogo da lareira se mantém sempre aceso em busca da tal união. Isto não é só metáfora, é paradigma, porque isto passa-se em Dezembro, em Janeiro, e nessa altura o frio aperta e as lareiras estão sempre acesas”.
Tendo jovens como personagens centrais da acção, Luís Ferreira espera que o livro atraia os mais novos para a leitura.
O romance “Melânia” pode ser adquirido on-line.
A entrevista na íntegra a Luís Ferreira para ouvir hoje, depois do noticiário das 17 horas.
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