Neste momento, os cogumelos são poucos e de fraca qualidade, mas, segundo as previsões de Manuel Moredo, o presidente da Pantorra, uma associação micológica, com sede em Macedo do Peso, no concelho de Mogadouro, em Trás-os-Montes não tardará muito para que comecem a aparecer em maior número. “Tivemos um fim de Setembro em que, de acordo com as chuvas, houve muitos cogumelos. Neste momento, de acordo com o clima, que tem estado um pouco quente, deixou haver tantos cogumelos e os que há têm bicho. Penso que durante estes dias, fim de Outubro/começo de Novembro, há grandes condições para voltar a haver cogumelos”.
Ainda que o cenário não seja o ideal, Manuel Moredo considera que está a ser um ano bom e explica ainda que já começam a aparecer os cogumelos das épocas mais frias. “Está a ser um bom ano de cogumelos até porque não é normal, em Setembro, aparecerem boletos, sobretudo na quantidade que apareceram. É normal aparecerem os amanita caesarea e as setas de cardo e apareceram em grande quantidade. Foram três semanas de grande quantidade. Neste momento, estamos em baixa, mas já estão a aparecer as chamadas setas de pinho, de época fria. Dentro de mais oito dias vão aparecer mais”.
Manuel Moredo reportou-se ainda a um problema que, cada vez mais, preocupa a associação: os cogumelos têm sido muito procurados no sentido do negócio, levando as pessoas a invadir terrenos privados. Faltam regras que controlem esta situação, pela qual a associação se tem batido nos últimos anos. “Têm sido muito procurados no sentido de as pessoas fazerem negócio e acabam por invadir terrenos que não são seus. Isso não é o normal. A associação há muitos anos que se ate por um lei para que as pessoas não possam ir a terrenos que não são seus. As pessoas aproveitam-se e ganham dinheiro com isso e os proprietários, muitas vezes, não lucram nada”.
Manuel Moredo disse ainda que a Pantorra tem recebido queixas e denúncias de vários proprietários. “Uma pessoa que tenha um souto ou pinhal, na época dos cogumelos, pode ter um rendimento agradável mas com os terrenos são invadidos... estamos assim. Não há lei que diga que não pode. Mesmo com vedações e placas, as pessoas continuam a invadir terrenos”.
Nos últimos 20 anos, a associação já identificou mais de 400 espécies de cogumelos no nordeste transmontano.
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