A data foi instituída em 1975 pelo International Music Council, uma instituição fundada em 1949 pela UNESCO, que agrega vários organismos e individualidades do mundo da música, tendo como pilares basilares, promover a arte musical em todos os setores da sociedade; divulgar a diversidade musical; aplicação dos ideais da UNESCO, como a paz e amizade entre as pessoas, a evolução das culturas e a troca de experiências.
O Dia Mundial da Música presta homenagem à arte e à história musical existente em todo o mundo, independentemente de seu género, em suma à sua génese na sua multiplicidade. Assim, o documento do mês celebra o dia Mundial da Música no âmbito do Ciclo de Música Díspar de Bragança “Claustrofonia” evento promovido pela Associação dos “Amigos do Arquivo”, sendo um convite à descoberta de experiências multidisciplinares, no que concerne às sonoridades. Para comemorar este dia Mundial da Música, a turca 𝗘𝗰𝗲 𝗖𝗮𝗻𝗹𝗶 radicada na cidade do Porto, pisa o palco da 𝑪𝒍𝒂𝒖𝒔𝒕𝒓𝒐𝒇𝒐𝒏𝒊𝒂 – 𝑪𝒊𝒄𝒍𝒐 𝒅𝒆 𝑴ú𝒔𝒊𝒄𝒂 𝑫í𝒔𝒑𝒂𝒓 𝒅𝒆 𝑩𝒓𝒂𝒈𝒂𝒏ç𝒂, sábado dia 01 de outubro pelas 09h30 num ritual atípico de laivos pagãos. A artista apresenta em Bragança, “Vox Flora, Vox Fauna” o seu primeiro disco a solo, onde combina a voz com outros elementos, relacionando a natureza humana e animal num universo experimental. A Natureza é a origem, e Ece Canlı reconhece essa inerente verdade e liberdade. Há uma ancestralidade na sua sonoridade que transmite paz e equilíbrio, como na origem da humanidade, em que a Natureza era a origem, fonte e deusa. Contudo entanto, Vox Flora, Vox Fauna não pretende emular apenas o bom da relação entre o ser humano e o mundo que o rodeia. Aliás, quanto mais a voz, o corpo e os produtos humanos se imiscuem na paisagem, maior o caos tece o seu universo. A sua sonoridade é uma apologia ás paisagens sonoras assomadas por técnicas vocais estendidas, poesia extralinguística e outros instrumentos sonoros. Combinando uma multiplicidade de estilos desde trenodias (composição em versos) antigas a música experimental improvisada com uma narrativa singular, evocando e cristalizando a incorporação do humano-animal-natureza, como uma mediação entre o terrestre e o celestial. A plasticidade da voz humana, enriquecida pelo artifício de vários registos, pulsações, ressonâncias e dissonâncias, comemora as nossas origens bestiais e vegetais para uma metamorfose psíquica de religação com o transcendental num elo de procura incessante.
Pela Música, pela plenitude da Arte venha celebrar o dia Mundial da Música no esplendor da vida.
«Trazemos connosco toda a música: ela repousa nas camadas mais profundas da recordação. Todo o musical pertence à reminiscência. No tempo em que ainda não tínhamos nenhum nome, já devíamos ter escutado tudo». E.Cioran.
Fonte: Arquivo Distrital de Bragança
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