Por: Paula Freire
(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)
O devaneio dos impossíveis quando a esperança se veste de beijo no alvoroço dos sentidos esquecidos.
Sou a loucura de partir ventos e remar contra as marés com que acrescento os oceanos das lágrimas que ainda não chorei.
Um labirinto de versos que escrevo por dentro.
Um poema inquieto que não me cabe na dimensão do corpo, nos breves momentos em que marco encontro com as margens doridas da vida.
E essa saudade onde, infinitamente, me desvendo.
Sou a alma nua do mar.
Sou, como ela, as sílabas do amor a invadirem-me as portas, pela alvura do amanhecer…
… e nelas (me en)canto:
.
Vieste em sussurro, pela alvorada, meu amor
Contar-me os segredos dos corações apaixonados…
Soubesses antes do meu sonho de fervor
E desta minh’alma sedenta de mil cuidados
.
Não me houveras nesse alento entontecido
Acordado o rosto com delicadas flores brancas.
Pois se nem tu nem eu nos teríamos conhecido
já a sorte me não daria dores tamanhas!
.
Esse canto com que iludiste o meu pensar
Quando da janela aberta pr’o luar
Murmuraste tua sede de vontade
.
São agora os fantasmas do meu sono
Que me tornaram a rainha deste trono
A cantar sozinha minha quimera de saudade.
.
Sou, como ela, a força com que abraço a vitória de ser mulher.
Sou e, tantas vezes, não sei...
- Paula Freire -
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DESAFIO POÉTICO
do Grupo, "Alma de poeta, alma inquietA" - outubro, 2022
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